Wednesday, November 29, 2006

Loja original

Carro verdadeiro, assim como bicicletas bonitas antigas e um relógio ENORME são alguns dos artigos que se podem encontrar nesta original e extremamente cara loja. Talvez seja por isso – devido aos preços elevados e artigos invulgares – que esta loja vai fechar.

Eventos inesperados / A serie of unexpected events*

Hoje (28 Nov.) o dia teve coisas inesperadas. De manhã, o Michael já tinha arranjado uma solução alternativa e mais simples para o meu problema com a experiência (bem, isto não é inesperado vindo dele que é workoholic). Ao cruzarmo-nos no corredor tinha ele uma encomenda carregada de bocais de plástico. Estes bocais servem para se juntarem a um saco de plástico e serão utilizados para medidas respiratórias. Lá estava ele com a embalagem e oferece-me um, dizendo que é um presente. Tendo em conta que ele estava a pensar numa maneira de os reutilizar, pois considera-os caros (cerca de 1€ cada), foi um verdadeiro presente :P

Depois, desde ontem que era para ter uma reunião com o meu prof. para falarmos sobre a tarefa a ser programada para a experiência que vai começar na próxima semana, e ficou para hoje. Mas hoje ele nem 5 minutos esteve no meu gabinete! Viu num instante o que eu já tinha feito, disse que lhe parecia bem e pronto: amanhã vai para uma conferência na Alemanha e só volta na 2ª feira, quando a experiência já deve estará a decorrer. Curiosamente, e contrariamente ao esperado, ainda não estou em pânico, mesmo com o atrasado estado da programação da experiência… Ah! Como é bom ser jovem e inconsequente… Bem, o pânico lá deve chegar, eu dispenso-o, mas acho que ele já não me dispensa a mim nas horas de aflição.

No final do dia, após o seminário e no fim do apèro (pois quando há um convidado que não é da faculdade faz-se um pequeno aperitivo) o meu prof. perguntou se eu também ia com eles à “cuisine italienne”. Ora eu não percebi logo o convite… A Kerstin é que me explicou que eles iam jantar no restaurante italiano, junto à Faculdade. Como fui apanhada de surpresa, respondi que não estava a contar com isso, ao que o meu prof. acrescenta rapidamente: “é de aproveitar, é o projecto que paga”. Pelos vistos, só agora com a nova secretária (que é mais velha e com mais experiência que a anterior) é que ele soube que os jantares com convidados podiam ser para mais do que 2 pessoas e dava para incluir toda a equipa! Resolvi ir, embora a pizza do almoço ainda pesasse no meu estômago. Escolhi uma salada (que pensava que ia ser pequena, mas enganei-me) e a Kerstin ficou toda contente por eu ter ido! Foi fixe e sempre dá para falar mais e socializar em diferentes contextos.

Ah! E já me esquecia que de manhã, ao ir para a faculdade, uma rapariga na rua, que passeava um carrinho-de-bebé, com uma saia muito curta e enquanto estávamos à espera que o semáforo passasse para verde para os peões me perguntou se os meus collants eram brilhante ou mate e de que marca eram. No início não percebi logo ao que ela se referia, depois lá deu para perceber e responder (é que uma pessoa que eu não conheço de lado nenhum desatar a falar comigo em francês assim logo de manhã, uma pessoa não está à espera até porque estava embrenhada nos meus próprios pensamentos – visto que tenho de me ir entretendo com qualquer coisa). Há com cada pergunta! Depois fugi aos “picas”: antes de eles entrarem no (autocarro) 2, sai eu, pois tinha-os visto pela janela. É que só no fim da semana (dia 1 Dez.) é que vou ter o passe anual – e esta semana já caducou o anterior. Isto é que tem sido emoção e viver à margem da lei, pois a chover ou com frio ou estando atrasada é mais confortável, prático e quentinho apanhar um transporte caso ele passe ali ao lado.



* Ao escrever o título, lembrei-me do título do filme “Lemony Snicket’s: A série of unfortunate events” (daí ter acrescentado o 2º título). Felizmente para mim, os meus eventos até foram positivos :)



P.S.: Ah! E já me esquecia: ainda houve um rapaz e um senhor que insistiram em dar-me lugar no eléctrico quando havia alguns lugares disponíveis! O rapaz aparentava cerca de 12 anos, mas devia ter bem mais tal foi a prontidão e simpatia ao ceder-me um lugar (que eu não queria). Foi de tal forma que eles mudaram de lugar para me deixar vagos os que estavam mais próximo de mim, mesmo após eu ter agradecido e dito que não me queria sentar!

A faixa-surpresa


Faz um ano que cheguei a Genève. Isto já tinha dito. O que ainda não tinha contado é que depois de virmos das compras, quando entro em casa tenho uma bonita surpresa: uma faixa a desejar um “bom 2º ano”! Mas o mais importante não foi a mensagem, foi a ideia, foi o ter sido feita especialmente para mim pelo LP e pelo Sérgio, que se esmeraram e tiveram um trabalhão em tempo-record*. E a acrescentar, o que o Sérgio disse: “foi feito com prazer e dedicação”. E o que é curioso, é que se nota, dá para saber quando as pessoas se preocupam e gostam de fazer algo pelas outras. Como disse o Ruben, quando lhe contei: “Valeu a pena estares aí um ano para teres essas manifestações bonitas.” E não é que ele tem razão?



* A faixa foi feita após o seminário deles (bem, mais ou menos durante, pois foram escolhidas as letras a serem recortadas durante a apresentação), que acabou às 16:10. Depois foram a correr para a oficina acabar de compôr o mecanismo do vidro do Sérgio (aproveitaram para recortar as letras enquanto esperavam – uma boa maneira de combater a procrastinação). Seguidamente, vieram a correr para casa colar as estrelinhas e as letras! Às 17:45 estavam a passar em frente à minha faculdade para seguirmos para o Carrefour que fechava às 19:30 (mais tempo do que o normal, visto ser 6ª feira). O resultado foi fabuloso, embora o chão (que ficou com marcas de cola, visto o papel de seda não ser um material fácil de manusear) possa não concordar comigo…



P.S.: A caixa que se vê na zona inferior do canto direito tem um pannetone dentro. Não gosto de pannetone, mas gostei logo da caixa :P

Friday, November 24, 2006

Coccinella ou Junikäfer

Joaninha em italiano – coccinella – é bem mais querido que em alemão, embora em alemão, por significar “insecto de Junho” é mais verdadeiro: pois as joaninhas costumam aparecer em Junho e eu também apareci em Junho (i.e., faço anos em Junho)! As coisas que se aprendem quando se fica até tarde com um italiano e um alemão...

Bem, afinal não parece que em alemão não é Junikäfer... Afinal o Junikäfer é bem feioso... Fui perguntar à Judith como se escrevia e expliquei porquê e ela disse-me que o nome afinal é Marienkäfer... Ou seja, o “insecto de Maria”, pelo que já não tem assim tanto a ver com a minha pessoa em particular. Pelo que parece antes chamavam às joaninhas Maikäfer, isto é, “insecto de Maio” (talvez por considerarem que elas aparecem em Maio) e como Maio está associado a festas religiosas relacionadas com Maria, passou a ter esse nome. Actualmente, o Maikäfer refere-se a outro insecto, maior e que provoca pragas (e que também é bem feioso).

1 ano em Genève

Faz hoje um ano que cheguei a Genève, bem, só faz daqui a umas horas, visto que cheguei às 23:30 (daqui, 22:30 de Portugal). No dia em que cheguei, aliás, na noite em que cheguei foi quando começou a nevar pela primeira vez em Genève desde o Verão. Estava oficialmente aberta a época da neve de 2005!

Ahhh, como o tempo passa rápido... Já um ano...

Peter Pan?

Isto é o que dá a andar a mexer a cabeça e de vez em quando andar a olhar para o céu. Por vezes têm-se agradáveis surpresas!

Afinal não é o Peter Pan, mas uma das amnifestações do Festival de Iluminação que anima a cidade de Genève, num evento que durará cerca de um mês (começou no fim-de-semana em que se mudou para o horário de Inverno).

Wednesday, November 22, 2006

WC ou A dificuldade de bater à porta

Por aqui não deve ser prática comum o bater à porta. Pelo menos, o bater à porta nas casa-de-banho (vulgo, WC = Water closet). Na Faculdade nunca batem à porta, tentam sempre abri-lá rodando violentamente o manipulo. Ja não bastava a má-educação ao não bater à porta e ainda há a acrescer a rudeza com que o fazem! E senhoras, claro, porque na Faculdade não há WCs mistas. Ora eu sempre aprendi que se devia bater à porta e escutar. Não é algo difícil, não tira pedacinho nem é doloroso. Além disso, se o pessoal fosse educado, uma pessoa escusava de trancar a porta, pois sabia que não ia entrar por lá adentro alguém assim, sem mais nem menos. É por causa destas e doutras que a Maria durante uns anos queria que alguém a acompanhasse às WCs públicas só para ficar a vigiar a porta, visto que uma vez entraram onde ela estava (não sei bem se ela teria trancado a porta bem ou não). Com um pouco de educação e civismo, evitar-se-iam muitos traumas (incluindo os físicos, se uma pessoa considerar como exemplo o tema da condução, mas isso leva-nos a outras conversas). Pronto, aqui fica a minha revolta por não poder estar descansada nas toilletes sem saber quem é a próxima bruta-montes que vem tentar ocupar o meu lugar! Felizmente que a porta chia antes e dá para prever o aproximar de pessoal, mas mesmo assim ainda espero pelo dia em que vendo a porta fechada dêem meia-volta e procurem outra WC, ou que simplesmente batam à porta.


Grafitis limpos em tempo record

Quando cheguei à Faculdade, 2ª feira, alguém tinha vandalizado a fachada do edifício onde se encontra a inscrição do nome das Faculdades presentes na Uni-Mail. Escreveram a vermelho coisas em espanhol, em sinal de protesto (acho eu, embora não tenha percebido bem contra o quê...). Ao final do dia, já estava tudo limpinho, como se nunca tivesse lá estado escrito nada.


Mais vale só...

Ainda bem que passei na Pacific antes de vir para o trabalho – deu para apaziguar e para melhorar o astral (os livros têm destes efeitos e são mais baratos que uma droga e fazem melhor à saúde, além de que duram mais tempo).

Hoje o LP esperou para virmos juntos (eu também estava quase a sair). Só que como é habitual das raras vezes que vamos juntos para a Faculdade, ele ía com umas trombas e macambuzio como tudo! Não disse nada praticamente o caminho todo, a não ser no fim, quando ia a sair do eléctrico, em que se desculpou pelo mau-humor. Eu percebo que para ele sair mais tarde (10h, mesmo que depois só saia da Faculdade às 20h) seja um problema, porque o chefe dele é parvo e tem sempre que mandar bocas estúpidas. E como é da praxe, basta haver um único dia que ele chegue depois do chefe para este lhe dizer que ele chega todos* os dias tarde, mesmo que nos outros (antes e depois) esteja lá antes de qualquer um dos colegas e do próprio chefe (o Matteo tem confirmado). Eu percebo estas razões todas, mas não é por isso que fico menos mal-disposta (além que ainda há uma grande distância entre compreender e aceitar), pois percebo também que já era tempo de ele se marimbar um bocado, porque há pessoas que hão-de continuar descontentes, por isso nem vale sequer o esforço de tentar contentá-las. Digo contentá-las que compreende que seja fazer mais do que o nosso trabalho, que por acaso é coisa que o LP já faz: trabalha mais horas do que devia (e do que é pago, incluindo em casa e em fins-de-semana), publica artigos que é uma coisa parva (ele e os colegas). Mas para mim a “cereja no topo do bolo” é ele ainda se chatear com o que uma pessoa incongruente e sem o mínimo de moral para a questão de pontualiade ou absentismo profissional possa dizer, a única mais-valia da pessoa em questão é ser o chefe (posto hierarquico, meramente formal, visto faltarem-lhe as competências de liderança para que seja identificado como tal). Assim, nestas circunstâncias (de neura dele) prefiro ir sozinha, pois vou bem melhor sozinha. Escuso de me estar a controlar para não dizer nada que possa desplotar uma discussão, ou uma frase mais azeda (que geralmente acontece ser qualquer coisa, palavra, frase ou observação, independentemente do conteúdo ou entoação). Vou ao meu ritmo e sei que estou sozinha, e não com aquela sensação terrível de solidão que se tem quando se está acompanhado (isto é: com uma presença física, materializada e respirante junto a nós). Talvez não tivesse sido tão mau se esta semana não me andasse a sentir bastante em baixo. Devem ser das saudades... Há pessoas e locais que me fazem falta...

Sempre me senti isolado nessas reuniões sociais: o excesso de gente impede de ver as pessoas...” – Mário Quintana



* Generalização – um dos aspectos que se pode (e deve) tratar em terapia, sobretudo quando provoca dificuldades de relacionamento inter-pessoal.


Feira do Livro quotidiana

Descobri no outro dia que a livraria (Pacific) que fica numa esquina do edificio da minha Faculdade (Uni-Mail) tem livros no exterior que estão em promoção – é como ter uma Feira do Livro todos os dias! O que para mim pode ser uma grande perdição... Vou tentar controlar-me e passar lá só uma vez por semana. Mas encontram-se coisas bastante fixes. Foi lá que vi (e comprei) um livro que ensina alemão, com cd áudio e tudo, por apenas 7,50chf (≈ 4,70€*), quando o preço anunciado era de 32chf (≈ 20€). O livro estava novo, protegido com plástico (“embalagem original”), parece de boa qualidade, páginas brilhantes/macias, com fotos, e além de gramática e vocabulário inclui aspectos históricos. Pelo que percebi, a colecção destes livros é (ou era) essencialmente para o Liceu, o que explica a forma educativa e didáctica como foram elaborados.

Hoje descobri outros livros interessantes: um sobre questões ligadas a Pediatria (esse não resisti e comprei por 5chf ≈ 3,15€) e outro sobre Fisiologia (Physiology), mas que como é 49chf (≈ 30,70€) ainda não me decidi bem... É que tem a ver com a minha área de trabalho, os comentários até são positivos, mas mesmo assim, ainda há que reflectir um bocado (como era só um, pode ser que alguém o compre e a decisão fica tomada).


* O Google tem um serviço muito simples e eficiente para a conversão de dinheiro. É só escrever “7,50chf in euro” (neste caso e para exemplo) e aparece em baixo o valor em euro!


Neve no Jura

Ao fundo da nossa rua, vê-se o Jura*. Hoje de manhã, no alto, já tinha neve!


* Cadeia montanhosa onde foram encontrados vestígios paleontológicos que valeram o nome de Jurássico a um determinado perído geológico.

Outros sites sobre o Jura:

http://en.wikipedia.org/wiki/Jura_mountains ;

http://www.tiscali.co.uk/reference/encyclopaedia/hutchinson/m0009221.html ;

http://www.britannica.com/eb/article-9044189/Jura-Mountains ;

http://www.answers.com/Jura%20Mountains ;

http://www.jura-tourism.com/jura-uk/jura-mountains.html ;

http://switzerland.isyours.com/e/guide/arc_jurassien/juravaudois.html

http://www.sitesatlas.com/Europe/France/Besancon.htm


Thursday, November 16, 2006

Um dia atípico

Pensando no dia de hoje há uma série de aspectos insólitos (ou pelo menos pouco frequentes):

- Cheguei à faculdade às 8:30. Melhor, eu e o Etienne (outro vespertino) chegámos à Faculdade às 8:30! Melhor ainda: andei bem-disposta e com energia o dia inteiro, mesmo tendo acordado antes das 7h!

- Sylvia aguentou-se a manhã toda na Uni-Mail, num evento social. Como se isso não bastasse, até consegui convencê-la que podia imprimir coisas no meu computador ou no do Michael e que escusava de ir de propósito ao CISA e depois ter de voltar para a Faculdade (por causa do seminário). Fartou-se de falar comigo hoje!

- O Michael também se aguentou muito tempo no apèro e também esteve a falar um bom bocado comigo e com a Sylvia.

- O meu prof. foi outro que ficou a maior parte do tempo no apèro. A esposa dele apareceu com o cãozito deles (que se chama Bruno) e assistiu ao seminário de hoje. Ela também é psicóloga, embora não esteja a exercer.

- O Michael foi ter connosco (comigo e com Nicolas) ao gabinete queixar-se que não tinha nada para fazer, numa de socializar em horário de trabalho, a ver se íamos tomar um café ou algo do género!

- Conheci três pessoas – entre outras coisas, passei a saber nome delas e a proveniência. Deve ser para ir mantendo a média: há duas semanas atrás foram os três experimentadores novos e a semana passada foi a Chiara.

- Falei inglês e francês alternada e frequentemente.

- O jantar no Manor estava muito picante, a senhora exagerou nos pimentos picantes (malagueta?) que pôs na massa. Mas o que é de se esperar de uma pessoa que está na cozinha (suposta auxiliar ou cozinheira) e não sabia o que era lardon (bacon)? Fiquei com a garganta e a língua a arder e lacrimejar – as reacções fisiológicas são algo de interessante. Mas não tinha muito tempo para digerir calmamente a refeição e estava cheia de fome. Além de que estava demasiado bem-disposta para me deixar irritar com a incompetência dos cozinheiros.

- São 22:30 e depois do curso de alemão (de 1h30) voltei à Faculdade, visto que o LP e o Sérgio precisam de imprimir um poster para amanhã e eu tenho acesso a uma sala multimédia, muito bem equipada, onde é possível imprimir grandes formatos. Podia ter ido para casa e dava-lhes a chave, mas também o que iria fazer? Dormir?! Pfff, isso é para os fracos!

- Subitamente e 15min antes das 23h, ouviu-se uma das vozes assustadoras na sala, é o segurança a avisar que só pode permanecer no edifício quem tem autorização especial para isso. Bolas, é sempre um susto! Mas agora, pelo menos, é às 23h e não às 19h como acontecia nas férias de Verão e uma pessoa quase saltava da cadeira (agora também se salta da cadeira, mas espero ouvi-lo menos vezes, pois não tenciono ficar muitas mais vezes na Faculdade até às 23h ou mais).

- Agora estou a sentir-me um pouco cansada... Bem, um bocadinho mais do que um “pouco” cansada... Na realidade, muuuuuuuuuiiiiiiiiiiiito cansada... I wonder why, I wonder how*...? :P



* Lembrei-me do início ou do refrão da canção que contém estas frases (Yellow Lemon Tree, dos Fool's Garden)

Fins-de-semana preenchidos

Bem, depois de um dia bastante atarefado em contactos sociais, ainda tenho o curso de alemão às 20h.

Este fim-de-semana também se prevê preenchido: aniversário da Joanna a festejar na 6ª feira à noite, no “Mr. Pickwick’s” (pub inglês), que parece que é um bocado fora de mão (ou seja longe). No Sábado temos a festa de “após casamento” do Adam e da Donna.

O fim-de-semana passado ainda tivémos um convite para jantar no Domingo, com a Agakta, Pavéo, Matteo e Majka – mas o LP estava demasiado cansado e disse que era melhor ter um tempito para recuperar, pois não queria entrar na nova semana já estoirado. Felizmente que no Sábado ainda dormimos um pouco entre o pic-nic e saída à noite (embora, tivéssemos tido de ir às compras, reabastecer o frigorífico, depois do pic-nic) e que eu andei o dia inteiro com as minhas botas de montanha maravilha (confortáveis, embora tenham sido caras)!

Ah! E a ver se marcamos um jantar lá em casa com Kerstin, Judith, Sérgio e outro com Matteo e Majka (infelizmente, para se fazer um jantar mais ou menos a sério, não dá para er muita gente de uma vez só, devido ao tamanho diminuto do habitáculo).

Acho que a apresentação no Collège des Docteurs funciona!

Tenho a impressão que a prof.a Susanne Kaiser depois da apresentação [] de 2 de Novembro, no Collège des Docteurs, me fala melhor e tem um maior sorriso quando nos cruzamos no corredor!

Aumento da rede social

Acerca dos meus outros conhecimentos, introduzidos no post "Produtividade":

A Nelle é belga. Tirou o curso na Bélgica, que também é de cinco anos, e cujo nome deve ser equivalente a “licenciatura” (à nossa “Licenciatura”!), pois o som era semelhante. A investigação que ela fez foi mais na área da Etologia, com primatas superiores. Chegou a Genève no início de Novembro – perguntei há quanto tempo ela estava cá (outra questão típica nas primeiras fases de relacionamento interpessoal), ela perguntou-me o dia, eu respondi e ela retorquiu: “Então estou cá há 16 dias!”. Estava interessada na minha investigação e ainda estive a explicar-lhe durante um bocado. Assim como a Anna, pareceu-me simpática e faladora, embora um pouco mais extrovertida.

O Daniel é francês. Viaja bastante, sobretudo pela Arabia e India, e curiosamente também esteve em Creta este ano. Tem um ar um tanto ou quanto exótico; descontraído e informal. É bem mais velho que a maioria do Ph.D. Student’s (para cima de 45 anos, acho eu, arriscaria os 50 e tais – pois a maior parte dos meus colegas mais velhos não parece ter a idade que têm, por exemplo, daria no máximo 40 anos à Françoise e ela tem 49!!!). Já me tinha parecido simpático e confirmou-se esta expectativa.

Além de novos colegas, também com o novo ano lectivo surgiram novos experimentadores para fazer passar a nossa experiência. Além da Sandrine, há três novos elementos: a Adriana, a Sylwia e o Dimitri (que talvez esteja interessado em fazer o Mestrado de um ano, no projecto que o meu prof. e eu apresentámos).

Anna, Arménia e Psicologia

A Anna é da Arménia. Tirou o curso de Psicologia na Suiça, acho que em Genève. Os pais são ambos médicos: o pai é cirurgião, a mãe é ginecologista; queriam que ela seguisse Medicina ou Advocacia. Comos e pode constatar, há coisas que são universais – não que eu me possa queixar, porque tive muita sorte nos pais que tive! Felizmente os meus pais sempre respeitaram e apoiaram as opções que fiz, não tendo pressionado em nenhum sentido, nem influenciado a minha escolha profissional – aspectos pelos quais os admiro muito e lhes estarei eternamente grata.

Como a Umida (colega armeniana da Maria, de Essex) já me tinha explicado, a Psicologia na Arménia não é muito popular. Ela tinha-me dito que era por questões culturais, por serem uma cultura fechada e por contarem muito com família, vizinhos e amigos. Coloquei a questão à Anna que me deu mais alguns detalhes: não passa pela cabeça de ninguém expôr os seus problemas a estranhos, sobretudo quando pode recorrer a algum mebr próximo seja da família ou não. Esta grande coesão, que vem desde que a Arménia pertencia à URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), torna também desnecessária a função de baby-sitter, pois haveria sempre alguém para olhar pelas crianças. A Anna disse que ela foi excepção e teve uma ama (russa, considerando ela o russo como a sua segunda língua materna), mas que esta situação era reservada a famílias com dinheiro. No caso dela, adicionava-se o facto de ambos os pais serem médicos, com horários irregulares, o avô ser prof. universitário, viajando frequentemente, e a avó estar ligada a importações-exportações, também viajando muito.

Actualmente, após a separação da URSS, com a guerra, com alterações políticas e sociais, surgiram mais dificuldades económicas, que potenciam problemas sociais como a toxicodependência. Neste contexto, talvez os psicólogos comecem a poder ter um papel mais importante a desempenhar na sociedade armeniana. Quanto à investigação em Psicologia, os financiamentos são escassos, pois é dada prioridade às Ciências ditas Exactas – outro aspecto que parece universal. Espero que um dia a visão acerca da Psicologia mude e que se aceite que também é uma Ciência por direito, sobretudo se se relembrar que a Matemática, embora seja tão exacta considera sempre uma margem de erro, desvios-padrão, ...

Produtividade

Ai se a produtividade profissional se medisse em contactos efectuados!

Estou na Faculdade desde as 8:30. Vim para assistir à defesa de tese da Tatjana (cujo ensaio já tinha assistido na semana anterior, 6ª feira, para dar opinião). Depois da apresentação da tese dela – que correu muito bem, em que ela se emocionou no fim ao agradecer à família (pais estavam presentes), namorado (que não esteve presente por estar doente), amigos e profs. – houve um apèro, preparado sobretudo pela Kerstin. Foi bonito e agradável. Foi considerável o número de pessoal que veio assistir tendo em consideração que foi tão cedo, mas os amigos são para estas ocasiões. Perguntava o Michael se havia café no apèro, ao que lhe respondi que não, que havia vinho e o que é que ele esperava, eram 10h da manhã só podia haver vinho! Pronto, felizmente, também havia sumo, mas nada de café.

O apèro foi muito frutífero em termos sociais. Estive um bom bocado a falar com a Sylvia e o Michael, em que falámos das diferenças culturais entre profs. alemães e francófonos. Segundo o Michael, os profs. alemães falam muito menos dos aspectos positivos e concentram-se nas questões, nas críticas; se um alemão não disser nada é porque está ok, ele falará mais facilmente quando faltar algo ou houver alguma alteração a fazer ou a sugerir. Os profs. francófonos (ou que já cá estão há muuuuuuuiiiiito tempo), falam bastante mais dos aspectos positivos, colocam questões bastante vagas, permitindo que a pessoa se safe mais facilmente sobretudo se falar muito, e dificilmente criticam. Devem ser aspectos reminiscentes da cultura específica de dois povos diferentes: os alemães são considerados mais rudes, não tão educados, talvez por não terem tantos rodeios. Os francófonos, gostam de andar às voltas, de reflectir muito sobre algo antes de o realizar, de considerar diferentes opções, não gostam do confronto e oposição directos. Um pouquinho de cada seria o ideal! O apèro foi também produtivo em conhecer novas colegas: a Anna e a Nelle. Ambas vieram falar comigo, meter conversa, que habitualmente começa com o típico “De onde vens?/De onde és?”. Foi engraçado. Depois foi ajudar a arrumar as coisas e ir, já atrasados (Martjin, Nicolas e eu; Kerstin decidiu ficar mais tempo com Tatjana e os pais dela) para a conferência de Paul Harris – o seminário semanal, promovido pelo CISA.

Após o seminário, o Martjin e (logo de seguida) o Tobias sugeriram irmos beber um café, no bar da Faculdade. Juntámo-nos a pessoal do CISA que já estava a ocupar a maior parte de uma das mesas grandes. Aí travei conhecimento com um novo colega, com o qual já me tinha cruzado nos seminários e no CISA – o Daniel.

Ao voltar para o gabinete, ia começar a tentar fazer algo, quando aparece o Michael a dizer que não tem nada para fazer e que não vale a pena começar nada, porque daí a 30 minutos tem de se ir embora, apanhar o combóio (ele mora em Renan, nas montanhas, a cerca de 2h de combóio daqui). O Nicolas sugeriu irmos beber um café. E lá fomos buscar uma bebida à máquina do 3º piso. Ficámos mais um bocado à conversa. O Nicolas acabou por ir apressado acabar mais umas análises (trabalho); eu fiquei um bocado mais com Michael e Kerstin, a mostrar-lhes o meu livro de Alemão (o de leitura e exercícios). Apareceu o chefe, com um aluno que tinha umas dúvidas, ainda lhe arranjei uns artigos sobre manipulação de humor e emoções através da música.

Depois ao ir “aux toilettes”, cruzei-me com a Anna, e lá estivémos à conversa mais um bocado; mostrou-me o gabinete, ofereceu-me um chocolate; falou do trabalho anterior dela em Psicologia Social e do Trabalho, que publicou uma investigação feita com 1617 pessoas desta região francófona da Suiça; do projecto que estava a pensar apresentar à Susanne Kaiser; que é a única do grupo que não está ligada às emoções, pois vai ajudar a prof.ª Kaiser com a aula de Stress e Trabalho; perguntou-me sobre o meu trabalho; mostrei-lhe também o meu gabinete e apresentei-lhe o Nicolas.

Agora com tanto material de escrita e para pôr em dia no blog, e já que a concentração não estava a ser muita (isto é um eufemismo, como é óbvio), dediquei-me à prosa dos posts. Bem, amanhã tenho de compensar a sério, em termos de trabalho.

É bom ter estes dias bastante pró-sociais. De certeza que o “big boss” (o meu prof.) não deve achar o mesmo, mas ele é alemão – o que significa que é muito mais centrado no trabalho.

Wednesday, November 15, 2006

Pic-nic à chuva

Após algumas horas de sono, foi a alvorada para o pic-nic/barbecue, no Sábado de manhã. Eu nem me posso queixar muito, porque o LP é que acordou mais cedo para ir comprar carne para o barbecue. Depois de ter confirmado no computador quanto tinha andado ontem e de ter verificado que até havia um caminho mais rápido (3 km, em vez de quase 5 km), lá continuei a mentalizar-me para o pic-nic. Na noite anterior, sobretudo devido ao extremo cansaço o LP só desejava que chovesse, para não haver pic-nic. Ora como todas as preces geralmente são atendidas (embora raramente no timing desejado, o que depois frequentemente as torna indesejáveis), choveu! Mas só choveu quando lá chegámos e já tínhamos começado a fazer a fogueira! Depois de lá estarmos primeiro havia a esperança que a chuva fosse passageira e depois a teimosia – “Já que chegámos até aqui, ao menos havemos de cozinhar umas salsichas!” – como dizia a Agakta (uma das organizadoras e condutoras de serviço, nomeadamente a nossa).

Acabou por ser divertido, embora húmido. Ainda nos aguentámos do 12h às 14:30! Mas também quem é que se lembra de fazer um pic-nic a meio de Novembro?! É preciso ter coragem e fé. Bem, a verdade é que eramos os únicos lá, não precisámos de andar à procura de um espaço, pois podiam ser todos nossos! O local (Allondon) é fantástico e vale a pena, com ou sem chuva!

Para esta ocasião insólita, o LP elaborou uma banda-desenhada, baseada nas fotos tiradas (sobretudo por mim, que caso não tenha futuro na Psicologia, espero tê-lo enquanto paparazzo):

Adivinhem lá de quem eram os espetos mais “pro”? (Na imagem só se vê um deles, com a salsicha branca.)

“Personagens” (embora não sejam todas visíveis nesta pequena BD): Matteo e Majka, Agakta, Pavéo e amiga deles (também polaca), Donna e Adam, Magda (mais alta), Groshka (não sei bem se é assim que se escreve), LP e eu. Ah! E os cães: Viking (o mais novo e estouvado) e Benuni (nome de Deus nórdico; o maior, mais velho e bem-comportado).

Concerto do Nicolas

Na 6ª feira à noite, após um jantar com o LP num restaurante prazeroso, com ares de fino e que fica no lago (cenário bonito), fomos assistir ao concerto do Nicolas, em Carouge, no “Chat Noir. Até lá fomos um bom bocado do caminho a pé (estando eu de botas de salto alto desde manhã!), e chegámos a meio do concerto. Como o Nicolas tinha dado os nossos nomes, tivémos entrada gratuita (é o que dá conhecer o guitarrista da banda, que por acaso é simpático e meu colega de gabinete; a verdade é que quem quer que se inscrevesse antecipadamente no site teria entrada gratuita). A sala onde actuaram é bastante baixa e é proibido fumar durante os concertos – pudera, se o pessoal fumasse, com a quantidade de gente que estava e com o tecto tão baixo, o pessoal morria sufocado!

Estava lá muito pessoal (mais do que os que eu tinha entregue o flyer, visto que esses por sua vez falaram a mais gente): Sandrine e uma colega, Kerstin e Christopher, Judith, Chiara, amiga delas italiana, Joanna Minn, Etienne e Martjin. A esposa do Nicolas (Sandra) também foi. O objectivo do concerto era fazer a apresentação (a «vernissage») do novo disco “La sorcière et les étoiles”.

Depois do concerto, a maior parte de nós* foi para um bar mais calmo onde ficámos à conversa ainda durante algum tempo – tempo suficiente para dar em primeira-mão os Parabéns à Kerstin (é o que dá passar a meia-noite com o pessoal). Uma saída à noite já estava agendada para o dia seguinte, no “Le Calamar” – o dia de São Martinho, em Genève, previa-se animado, aliás lotado: pic-nic de manhã/tarde e saída à noite; castanhas é que nem vê-las. Snif, valeu termos jantado umas na 3ª feira anterior.

O Etienne encontrou ainda dois colegas, com quem esteve a maior parte da noite a falar. O bar (“Le Marquis de Sable”) era curioso, tinha pinturas acerca d’ “O Princípezinho”, o que me fez lembrar dois queridos amigos – a Dora e o Daniel, ambos fãs do conto e da personagem e da mensagem transmitida.

Foi engraçado. O que não teve piada nenhuma foi voltar a casa em saltos altos. Só a Joanna Minn (que padecia do mesmo mal) é que me compreendia bem – verificam-se mais afinidades além do nome. Embora não aparente nada, a Joanna tem cerca de 34 anos! Parece 10 anos mais nova do que a sua idade real. Afinal nasceu nos EUA, mas os pais são coreanos (onde estão a viver actualmente), o irmão dela ficou nos EUA, ela andou entre EUA e Seul, e está em Genève (ou na Suiça) já há alguns anos. Conseguiu a posição na Faculdade (também doutoramento), por volta da mesma altura que eu, mais ou menos por acaso. Ficámos a saber que fazia anos na 2ª feira seguinte (13 Novembro), distando apenas dois dias do aniversário da Kerstin.

Voltando ao doloroso caminho para casa: quase 5km! O melhor é reformular: quase 5km nas botas de tacão alto, ai ai meus ricos pézinhos... A andar por cerca de uma hora – felizmente que o caminho é plano.


* Kerstin e Christopher, Judith, Chiara, amiga delas italiana, Joanna Minn, Etienne, Martjin, LP e eu. A Chiara e a amiga dela italiana foram embora pouco depois, pois a Chiara estava visivelmente cansada.


Allondon ou Pequenos paraísos


Felizmente que ainda se vão encontrando pequenos paraísos na Terra, e por vezes mais próximos do que imaginamos. Este idílico local é em França vizinha, na zona do Jura, na região de Allondon, junto à nascente do rio com o mesmo nome.

Este cenário fez-me lembrar o rio que nasce perto da casa dos pais do Nuno, em Ponte de Lima – no entanto, não tinha tanto espaço de bosque à volta, por passar relativamente próximo uma estrada. E o “rio do Nuno” está também mais encoberto pelas árvores altas que o ladeiam, permanecendo mais escuro e escondido. É além disso de mais dificil acesso – para se chegar mesmo à beirinha da água –, há rochas maiores.


Encomenda

Ontem recebemos uma encomenda, aliás, quem recebeu foi o LP e ficou bastante nervoso. Era da irmã. E ele não conseguiu abrir logo, pois estava com medo de se enervar. Como não fazia tic-tac, não deveria ser assim tão mau... Lá arranjou coragem, abriu e... ficou bastante surpreendido pela positiva. A irmã dele tinha-nos enviado uns livrinhos (um para cada), daqueles com imagens e frases bonitas! Realmente, por vezes a angústia e ansiedade podiam ser bem evitadas, se não ponderassemos logo uma série de eventualidades, ou seja se não nos pré-ocupássemos com as situações. Como dizem os brasileiros “perú é que morre de véspera”!

E hoje pelo que sei* também recebemos cartas (uma para cada) da minha mãe! Mas neste caso o sentimento gerado é logo de alegria!



* Ainda não tenho chave do Correio, ao fim de quase um ano... Deve ser na esperança de mudarmos para uma casa maior.

Já há iluminações de Natal!



Não são muitas, nem tão elaboradas como as de Lisboa, mas enfim, é o que se pode arranjar.

Por enquanto só a cadeia de lojas COOP City exibe a imagem natalícia.

“Made in Portugal”*

Por falar em qualidade portuguesa a conquistar o estrangeiro, ontem o LP descobriu umas caneleiras no Manor “made in Portugal”. O que é impressionante é que o preço é mais barato do que as que sõ vendidas em Portugal (e a qualidade é boa). Este evento fez-me lembrar quando o meu pai comprou uma camisa em França ou na Suiça e que achou de muito boa qualidade e que não encontrava assim em Portugal – reparou posteriormente que a dita camisa era “made in Portugal”! Já que as coisas com mais qualidade não ficam no nosso país, espero que ao menos ele lucre algo com isso...



* O pânico, o horror! Pensavam que eu ia escrever sobre o programa apresentado pelo Carlos Ribeiro sobre música popular (sobretudo a denominada “pimba”) portuguesa?! Eh eh eh, isso é que foram momentos de aflição :P.

Compal

Uma coisa bastante engraçada que aconteceu quando estava a ir com o Tobias para beber café* e comer bolachas em casa dele e enquanto lhe contava que no Carrefour se encontravam produtos portugueses. E que tinha ficado bastante contente por ter descberto que eles tinham uma marca de sumo portuguesa bastante boa que é... “Hummm, Compal” – interrompe ele, com um ar muito deliciado! Desatei-me a rir, pois o ar era tão deliciado, como quando uma pessoa se recorda de algo bom, mesmo bom, e também por ele ter dito o nome (correctamente) antes de eu ter tempo de o pronunciar! É bom saber que a qualidade portuguesa vai conquistando o(s) estrangeiro(s) :).



* Eu não bebo realmente café, mas a expressão é útil, sobretudo por compreender um contexto social característico e por também poder dar a ideia de ir beber chá/sumo ou outra coisa qualquer não alcoólica.

O botão

Ontem quase que perdi o botão do meu casaco. Ele caiu, mas houve uma senhora altruísta que veio atrás de mim para o entregar. A senhora (já de idade avançada) deu-se ao trabalho de vir atrás de mim, a tentar chamar-me a atenção (mais através de sons – “iu u”, “Hei”, etc. – do que por palavras) para me entregar um botão que ela própria considerou bem bonito e que seria uma pena perder. Ora pode-se ver como esta senhora foi simpática: reparou que o botão me caiu, reparou que era meu, deu-se ao trabalho de se baixar para o apanhar (o que até lhe deve ter sido difícil), e ainda veio um bocado atrás de mim, para entregá-lo! Felizmente que embora o altruísmo não seja uma estratégia estável evolutiva* existem pessoas que o continuam a praticar.



* Isto é, “fazer bem sem olhar a quem” não é algo que favoreça a continuação da espécie, bem pelo contrário. Felizmente que nem tudo se resume a normas biológicas nem a normas sociais, havendo espaço para a genorosidade, criatividade, espontaneadade... e outras/os “...dades”.

[Esta da “estratégia estável evolutiva” ouvi num dos seminários do CISA, e pronto, acho que devo fazer uso do que vou aprendendo. Quanto ao altruísmo também já foi referido em diferentes seminários. Há que por as ideias a circular.]

"Maman, tu as vu ?"

Acho que encontrei um excelente colaborador para o meu blog… Infelizmente só deve ter 2 ou 3 anos! Ia eu no eléctrico a caminho da Faculdade, quando um menino, que entra acompanhado pela mãe, dá uma nova sonoridade ao eléctrico. Foi o caminho todo a falar, a reparar em detalhes, em cores, a fascinar-se com as coisas banais do quotidiano... Enfim, um bom observador do que o rodeava e contente por poder apreciar a paisagem. Foi engraçado e dá uma energia e perspectiva diferente para começar o dia – faz-nos ficar mais contentes com as pequeninas coisas.

Friday, November 10, 2006

Cosmos

Na semana passada, pensava eu que ía chegar a horas ao encontro com a Magda e LP (sim, eu sei, seria quase inédito, mas como dizia) pensava eu que o cosmos se tinha aliado à minha causa (apanhei logo dois eléctricos de seguida) quando o 17 (o segundo eléctrico que me levaria até à porta do meu destino – McDonald’s) abranda até parar e se ouve: “Mesdames et messieur, il ressamble qu’il y a un problème. Si vous voulez, vous pouvez sortir maintenant ici.” E as portas abriram-se e a malta saiu. O “problema” era um eléctrico à frente que tinha avariado (ficado sem energia, feito curto-circuito ou qualquer coisa do género). Lá cheguei até à próxima paragem, quando para meu espanto surgem os dois eléctricos a avançar a passo de caracol – o primeiro (o 12) vinha com as luzes do interior desligadas e as luzinhas (os “piscas”) ligados, o 17 vinha atrás e abriu as portas para o pessoal entrar. Foi falso alarme, pois lá tivémos de voltar a sair! Acabei por ir todo o resto do caminho a pé e chegar lá antes de qualquer outro meio de transporte público. É que no local onde o 12 se foi pôr, atrapalha o trânsito muito mais – os condutores de autocarros são demasiado cuidadosos para ultrapassar os eléctricos, mesmo que nessa rua em linha recta só passem transportes públicos que se vêem a uma distância considerável.

Pronto, finalmente ficou provado que chegar atrasada é-me imposto por forças cósmicas (ou eléctricas) alheias à minha vontade :P (Ai como é bonita a atribuição causal externa!)

Apresentação (a de 2 Nov)

Algumas ideias soltas* acerca da apresentação de 5ª feira, 2 Novembro:

- Pessoal tem sido simpático (o que não foge da norma). Prof. quis que fizesse um ensaio, no dia anterior.

- Judith e eu temos falado e trocado informações, pois ela não tem uma equipa nem uma prof. muito presente (nem simpática).

- Agora outra colega da equipa dela (Jöelle), que esteve no gabinete dentro do meu e que se mudou há pouco tempo, esteve um pouco a falar comigo e a desejar boa sorte para amanhã. Foi também ela que me disse no primeiro dia que não era preciso fazer horas extraordinárias.

- A apresentação correu bem, segundo me dizem. No fim, o Michael (que já é doutorado) disse “bien fait”, o meu prof. perguntou se eu estava contente e acrescentou que ele estava, pois tinha corrido bem. A verdade é que em 5 minutos de apresentação acho que não há muita margem para dizer grandes barbaridades.

- No fundo, acho que não era nada de importante, mas a preocupação e constante questionamento das pessoas em redor, acabaram por talvez dar maior importância do que o que tinha.

- Está feito! E como diz o Nicolas: “É como se tivéssemos passado para outro patamar”, ao que acrescentei: “Pois, agora os doutorados já nos podem reconhecer no corredor e dizer Salut (Olá – mais informal) em vez de Bonjour (Bom dia – mais formal)!”



* Não tem muita, isto é, praticamente nenhuma coêrencia temporal, visto que fui anotando as ideias em diferentes alturas.

8 ou 80

Há dias ou até semanas assim.

A semana passada foi um bocado cheia, sobretudo devido à 5ª feira. Nesse dia devia apresentar o meu projecto de tese ao Collège de Doctores (isto é, ao comité de Professores doutorados da Faculdade). Resumindo:

- 2ª a 4ª feira: andar a passar a experiência, a marcar com mais alguns participantes e fazer a mini-apresentação para 5ª feira, e ainda reunião com os novos experimentadores. 3a feira ainda houve a introdução ao seminário de Mestrado dado pelo nosso prof. e ao qual costumamos assistir (eu e Nicolas, além da Kerstin e Michael e claro, do prof.)

- 5ª feira: seminário ao meio-dia; apresentação à tarde; ir beber um copo depois da apresentação (comemoração com os outros colegas: Judith, Robert e Françoise que também fizeram a apresentação, e Kerstin e Michael – ele que extraordinariamente veio, mesmo que por apenas 20 minutos, pois tinha que ir apanhar o combóio); e, finalmente a primeira aula de alemão.

- 6ª feira: mais uma reunião com os novos experimentadores, para se mostrar e experimentar os aparelhos psicofisiológicos; no final do dia, fomos às compras no Carrefour (com o Sérgio, de carro, o que é bastante mais cómodo e agradável).

- Sábado: comprar botas, comprar prendas para a Magda; festa aniversário da Magda.

A festa foi bastante produtiva em termos de convites sociais – já temos convites para os próximos dois fins-de-semana: um pic-nic e uma outra festa (festa “após casamento”, do Adam e da Donna).

- Domingo: descansar, pôr blog em dia, e adiantar umas coisas de trabalho (ajuda ao LP) à noite…

Outra forma de ilustrar esta semana, nomeadamente o transboradar de acontecimentos na 5ª feira, aqui fica um execerto de um mail que enviei:

«Bem, tenho apresentação na 5ª feira, às 16:15, o que me impede de ir a uma conferência GRATUITA do Guy Ausloos – um que escreveu um livro “A Competência das Familias”, da Climepsi – sobre “Résiliance, compétences des familles et travaille socioéducatif”. Depois também queria ir a outra conferência gratuita, nesse dia às 20h, sobre o “Método Grinberg” (quase parece o “Método de Gronholm”, a peça do Zé) sobre tomada de decisão, mas a essa hora e nesse dia é quando começa o curso de alemão (e é chato faltar logo à primeira aula). Como há esta mesma conferência, mas dada em francês no dia anterior (4ª feira), devo ir amanhã ver do que se trata este Método... Há dias/semanas em que não acontece nada e é uma pasmaceira; outros há, em que uma pessoa não sabe para onde se há-de virar!»

Bowling – o de há 3 semanas...

Na 6ª feira 20 de Outubro, fui até ao Bowling com os meus colegas a La Praille (o Centro Comercial aqui da zona, quase já fora de Genève). A ideia partiu da Tanja B. que gostava de juntar o pessoal como forma de despedida, pois o Anders (o marido dela) e o Samuel (o filho de um ano e pouco) iam partir na 3ª feira seguinte para a Suécia e ela juntar-se-ia a eles daí a duas semanas. Outro objectivo do encontro era finalmente eu conhecer a Micaela (namorada portuguesa do Tobias). O LP acabou por não ir, porque estava demasiado cansado.

Quando comentei com o Sérgio, pois fui jantar antes com ele e com o LP, ele achou estranho levarem um bebé para o bowling, onde há muito barulho. Incrivelmente, o Samuel dormiu a maior parte do tempo! Chegou a dormir no carrinho e assim continuou quase até ao fim das nossas duas partidas de bowling.

Jogámos em duas equipas: Tanja B., Anders, Mathieu e Etienne numa; Kerstin, Micaela, Tobias e eu noutra, tendo o Nicolas se juntado a nós, na segunda partida (pois chegou mais tarde). Os mais “pros” são o Mathieu, Etienne e Nicolas, mas o Anders também é bastante bom. Eu e a Micaela também ficámos bem classificadas (como ela dizia “Portuguese power!”).

Gostei da Micaela, sobretudo porque ela tem consciência clara do estatuto elevado, demasiadamente elevado, com demasiado poder que os médicos gozam em Portugal – sendo ela médica, talvez não esperassse ter sido ela a abordar assim o assunto. Tem também uma visão acutilante das nossas particularidades culturais enquanto portugueses. Ela estudou Medicina no Porto, onde viveu 7 anos, embora seja de Viseu. Veio para Genève tirar a especialidade de Psiquiatria e como ela dizia, só ela e outro “maluco” do ano deles é que resolveram continuar os estudos no estrangeiro (o colega está em Londres) – realmente só sendo doidos é que saem de Portugal onde são tratados como reis e senhores, o que não acontece por exemplo na Suiça. Ela escolheu a Suiça, porque tinha cá o namorado no CERN (sound familiar?...), mas que antes dela vir acabaram. Como a candidatura para a especialização em Medicina deve ser feita com muita antecedência e a dela já tinha sido aceite, resolveu vir na mesma. Está cá há dois anos. Tem cá família (primos e tios). Disse que o primeiro ano foi mesmo muito difícil, mas que agora está bem e contente. Ela é bem-disposta e divertida, muito despachada e faladora. Gostei também da relação dela e do Tobias, têm uma relação bonita os dois; sendo ela claramente mais esfusiante.

Com a multi-culturalidade presente, foi muito divertido. Lá deu para trocarmos aprendizagens e aprender palavras de alemão, enquanto se ensinavam palavras de português. O Tobias passou a chamar-me “Joaninha”, pois ouviu a Micaela a referir-se a mim assim; a Kerstin referiu que afinal não diziam bem o meu nome e que afinal era “Juana” e não “Jóana”.

Depois das partidas de bowling e do Samuel ter acordado (coitadito quando acordou continuou quieto e caladinho no carrinho, com um ar muito pasmado, do género: “Onde estou? Onde é que vim parar? E... onde estão os meus pais?”), resolvemos ir até um bar. Ainda ficámos um bocado a decidir para se onde ía, e lá fomos nós. Resolvi ir a pé com a Micaela, Tobias, Tanja, Anders e Samuel, embora houvesse duas boleias de carro disponíveis – mas assim dava para pôr a conversa em dia com a nova amizade e com o Anders e Tanja que são simpáticos. O percurso foi temperado com chuviscos e bem regado com anedotas dos diferentes países: Portugal, Alemanha e Suécia. Claro que no meio da galhofa, virámos onde não devímos e voltámos ao ponto de partida! Demorámos uma hora para fazer o percurso até à zona de Plainpalais onde ficava o bar que tínhamos combinado (o Café de L’Espoir, que agora se chama Le Cabinet). À chegada à Uni-Mail (que ficava no caminho e onde a Tanja tinha de ir buscar um iogurte ao gabinete), a Micaela e o Tobias resolveram seguir para casa, pois já estavam cansados. Ficou combinado um jantar para breve, com bacalhau e muita conversa.

A Tanja, Anders e Samuel também iam para casa e eu ainda fui ter com a Kerstin, Nicolas e Mathieu ao tal bar. Depois de ter andado um bocado às voltas, lá dei com o sitio. Ainda lá fiquei quase uma hora, tendo o Mathieu ido embora entretanto. Eu e a Kerstin também acabámos por ir, seguindo direcções diferentes e meios de transporte diferentes (ela de bicicleta, eu a pé, porque às 2h já não há transportes públicos – bem, haver até há, mas não sei bem qual é a frequência). Como até gosto de andar a pé e a cidade é segura, lá foi mais cerca de 30 a 40 minutos a pé até casa.

Foi uma noite divertida e passada em boa companhia em que também me fartei de andar a pé!

Assim é complicado

É complicado trabalhar... (E nem me vou alongar muito a debater sobre as várias vertentes e potencialidades deste tema, refirir-me-ei apenas ao dia de hoje.)

Chego e passado um bocado há o apèro (uma espécie de aperitivo, “comes e bebes”) a propósito da Siata e da sua recente maternidade (em finais de Agosto). A Tatjana apareceu, o que foi uma surpresa. Ela tem a defesa da tese de doutoramento na próxima 5ª feira. Depois foi o almoço em menos de uma hora no Manor (que implica alguma deslocação), com o pessoal da Uni-Dufour. A seguir ao almoço, ao entrar encontro logo os meus colegas que também tinham terminado o almoço. Fico a saber que nos EUA, na zona de Chicago já nevou e que faz bem mais frio que aqui – a Tatjana está lá a fazer o post-doc (por um ano). Vim adiantar umas coisas e depois fui ver a apresentação de treino da Tatjana, para lhe darmos as nossas opiniões e ela poder melhorar e alterar a apesentação. Enfim, mais um dia em que é difícil haver concentração, até porque é 6ª feira... e muita malta não vem ou já bazou.

Thursday, November 09, 2006

Ph.D. student

Uma das coisas que mais gosto é não ter horários fixos.

Por exemplo, hoje só voltei ao meu gabinete às 15h e ontem sai já passava das 20h...

Fui directamente para o seminário semanal no CISA (Centre Interfacultaire des Sciences Affectives), ao meio-dia (12h). O seminário durou até às 14h e depois fiquei um pouco a falar com o Tobias que disse que tinha de ir a casa, ver o Correio, que era próximo e se eu não queria beber um café... Estava a apetecer-me ir, mas falei-lhe que talvez devesse ir trabalhar e ele respondeu: “Hei, we are Ph.D. students... Come on!” Bem, não seriam precisos muitos argumentos, este bastou! Lá estivémos a falar de trabalho, de cultura portuguesa (a namorada dele é portuguesa) e alemã (enfim, de diferenças culturais), de Psicologia e Astrologia; resumindo, a passar um bom bocado. Ele divide a casa com o Etienne, que entretanto em Janeiro vai-se mudar para a casa da Tanja B. (que vai para a Suécia ter com o marido e o filho). A casa é espetacular, com uma cozinha enorme, dois quartos grandes, um escritório, e duas casa-de-banho (lavatório e retrete numa e a outra é completa), e é em Plainpalais, pertíssimo da Faculdade e do CISA.

Entretanto cheguei à Faculdade e ainda não deu para me concentrar a trabalhar a sério. Cheguei e o Nicolas voltou do laboratório: ficámos a falar sobre o seminário (que ele não foi por estar a controlar as experiências e a ajudar os novos experimentadores). Depois veio a Kerstin discutir mais uns pormenores de trabalho. A seguir passei no 3º piso para entregar um flyer do concerto do Nicolas (que é amanhã) à Joanna (colega americana de ascêndencia coreana, se não me engano). Tinha encontrado a Joanna na sessão de informação sobre ski, na 3ª feira, e ela perguntou-me se tinha planos para 6ª feira. Falei-lhe no concerto do Nicolas, que estava a pensar ir e, como ela pareceu entusiasmada, fiquei de lhe dar um dos flyers. (Devia era ter ido para Relações Públicas ou Marketing, tendo em conta a promoção que faço aos concertos do Nicolas!)

Hoje ainda é dia de curso de alemão e daqui a pouco vou sair para passar antes no Manor (para ver umas coisas, passear). Resumindo, não foi um dia nada produtivo em termos de trabalho, mas está a ser bom! E dão uns dias para os outros. A semana passada foi mais stressante, esta serve para descomprimir um bocado antes de voltar a atacar a sério as experiências, dados, resultados.

Bem, acho que está na hora de começar a preparar-me para ir embora...

Wednesday, November 08, 2006

A importância do contexto

A importância do contexto não é só fundamental para a intervenção sistémica (como a terapia familiar ou a intervenção comunitária), nem se esgota como uma das premissas básicas do Mood-Behavior-Model (modelo elaborado pelo meu prof. e no qual a minha investigação se baseia). A frase de hoje expressa na caixa do “Think Exist” é mais um exemplo de como as coisas devem ser contextualizadas. Ora vejamos, Marie Curie afirmou “I never see what has been done; I only see what remains to be done.”, o que em Ciência até é fixe, pois faz avançá-la. No entanto se transpusermos esta ideia para o domínio inter-relacional, verifica-se que não é muito positivo, pois a pessoa focar-se-á no que falta no outro e não no que este possui (de bom e de menos bom), procurará sempre aquilo que não está, e será à partida mais exigente, não valorizando aquilo que o outro é – mas sim o que poderia ser ou o que não é.