Saturday, September 30, 2006

Parva sed apta



Ora aqui está a casinha, em Sintra, a caminho quando se vai a pé até ao Castelo de Mouros, a tal que serviu de inspiração para intitular este blog.

Só com uma das fotos* é que reparei que, por cima da entrada, há uma placa também em azulejos que refere: “Bem-vindo seja quem vier por bem”. Subscrevo.





* Ver post seguinte, isto é, aquele que fica acima deste.

Uma boa frase

Quem nunca estabeleceu vínculos com os outros, quem não conhece os outros como pessoas, também não se reconhece como projecto futuro. – J.L. Pio Abreu, in Como tornar-se doente mental” – livro extremamente interessante, sobretudo pela expressão (sarcástica e crua) da função do sintoma.

Um bom elogio

“Falar contigo é descobrir-me a mim próprio.”

Ainda bem, amigo, porque falar contigo também me ajuda na minha própria construção e redefinição (minha, e do que me rodeia) – bem-hajas!

Biblioteca (29/Set/2006)

Hoje fui à Biblioteca fazer o meu cartão. Ai como é bom o cheirinho a livros! (Cada maluco com a sua mania, e uma das minhas é esta: os livros!)

A árvore do chocolate

Não, não me enganei. Eu descobri a árvore do chocolate – é verdade e tenho foto para comprovar – era uma árvore do cacau especial. Ontem houve a “nuit du chocolate”, no museu de Carouge, a propósito da exposição “Cacao & Co.”. A Kerstin recebeu o folheto a anunciar a exposição, pois ela mora em Carouge, e decidiu enviar um mail ao pessoal para organizar a ida até lá, na 5ª feira (28 Setembro) quando ia haver prova gratuita de chocolate e o museu também ia estar aberto até mais tarde. Pois bem, havia chocolate partout et pour tous! Quando chegámos, começámos pela árvore do chocolate, onde pegávamos num bago de uva e o cobríamos de chocolate e escorria da árvore (tal qual como se fosse seiva). A seguir havia um café especial com chocolate, que segundo o LP foi o melhor que já bebeu na Suiça; a Kirsten também disse que era muito bom. Depois do café, o Tobias aconselhou-nos a ir ao pavilhão da degustação: “Começam pela direita, onde podem molhar uma bolacha na fonte de chocolate; a seguir podem experimentar trufas de chocolate, depois há um que vende chocolates muito caros (cerca de 14chf as 100g), esquecem esse e continuam até ao fim; e depois, recomeçam e dão mais três voltas! Hummm… é o paraíso!”. Bastou-nos uma volta para ficarmos um pouco enjoados de chocolate. Como chegámos mais tarde, o pessoal que lá estava antes foi andando para um bar das redondezas. Quando íamos a sair, depois de termos visto a exposição no museu, foi quando a Kirsten chegou e lá demos outra volta com ela, para lhe fazer companhia – aí já éramos nós os experts. A Kerstin acabou por vir ter connosco porque o outro pessoal vai para casa cedo e nós ainda queríamos ir até um barzinho. Lá fomos, e após uma conversa animada – que incluiu algumas aprendizagens a nível de expressões idiomáticas e provérbios portugueses, alemães, suíços – e quando estávamos já de pé, para nos ir embora, e a Kerstin comentava que o Sebastian “nous a posé un lapin*” (ou seja, ele tinha dito que ia e acabou por não aparecer sem dizer nada), ouvimos uma campainha de bicicleta – era o Sebastian e a namorada dele, Marie! Fala-se no diabo… (expressão, que curiosamente também existe em alemão). Lá ficámos mais um pouco à conversa, acerca da ida do Sebastian e da namorada até Lisboa e ao Algarve, a dar algumas dicas. E pronto, o pessoal lá se vai dispersando cada um em direcção à sua casa. Foi uma noite doce.


* Para mais informações:

http://www.ffc.asso.fr/Publications/poesies/poser_un_lapin.htm

http://fr.wiktionary.org/wiki/poser_un_lapin


Mesmo os dias cinzentos são pintalgados de cor (28/Set/2006)

Hoje [leia-se “anteontem”] até é um daqueles dias cinzentos (e não me estou a referir às condições climatéricas, embora relativamente a essas o cinzento também predomine). Não há razão para tal, mas começou por ser assim. Há dias que nos sentimos mais em baixo, menos boa companhia e pronto! E embora a minha energia anímica não esteja nos píncaros, até recebi elogios! Começou por a Kerstin elogiar a minha camisola e dizer que tenho bom-gosto. Depois à hora de almoço, a Tanja B. estava a perguntar se eu já conhecia a Micaela (a namorada portuguesa do Tobias, que é alemão) e que era engraçado nós nos conhecermos. Ela e a Kerstin começaram a dizer que era engraçado pois nós éramos parecidas, isto é, havia algo de semelhante, mas não tinha a ver com a aparência física... era mais o sorriso, a alegria, a vivacidade, o dispôr bem quem está à volta, transmitir bom-humor...* Concluíram, “se calhar é algo dos portugueses”. O mais curioso é que se pensar bem, esse não é estereótipo atribuído ao povo português: um povo marcado pelo fado, pelas vestes escuras, pelo coitadinho, a vítima, o desgraçadinho, o queixume frequente, ...

Estas coisas – os elogios ou as críticas, quando vêm de pessoas minimamente credíveis e merecedoras de atenção – põe-nos a pensar. Chego à conclusão que muitos (a maioria) dos meus amigos são bem alegres e divertidos, que são fortes e conseguem brincar com os aspectos mais negativos das situações e das suas vivências. E é bom; é bom saber que tenho orgulho em tanta gente (não é assim tanta, mas já quase dá para os dedos das duas mãos) e que fico feliz de os ter como amigos ou de me ter, ao menos, cruzado com eles neste percurso da vida...



* Bem, como diz a minha grande amiga Dora, “assim fico sem jeito”... (Pois, é mais dificil reagir a um elogio que a uma reprimenda. Talvez por ser mais fácil e frequente apontar o que está errado do que salientar o que também de bem se faz.)



P.S. – 29/Set/2006: Pronto, definitivamente, a minha saia faz sucesso (Tanja W. também a elogiou)! Mas pensando bem, a Kerstin ontem elogiou mais a camisola... (talvez tenha sido o conjunto, incluindo a saia :) ).

Castanhas “par terre” (26/Set/2006)

Pois estavam as châtaignes/marrons* pelo chão, em pleno Plainpalais. Por aquela zona nunca se sabe bem o que se encontrar: ora é circo, ora é tendinhas com ecrã “gigante” (anunciavam eles) para assistir ao Mundial, ora é mercado, ora é Feira das Pulgas (equivalente à nossa Feira da Ladra); ora é castanhas pelo chão!

Segundo o “sô” doutor engenheiro transmontano (LP), entendido nestas coisas da agricultura, aquelas castanhas não são boas para comer, não são exactamente equivalentes às outras que são “quentes e boas”... A mim parecem-me iguais.

Foi engraçado, estavam várias pelo chão, com o respectivo involucro aberto por perto... E assim se vai transformando o caminho habitual para a Faculdade, basta estar com atenção para que o quotidiano e cada dia se vão reinventando.



* Pelos vistos pode dizer-se das duas formas. Ainda não sei se haverá diferença.

Friday, September 22, 2006

Pizzerias

Acho que existem mais pizzerias em Genève que pastelarias em Lisboa!

Horário irregular

Isto de não ter horário fixo é do melhor!

Dependendo da hora que saio de casa a vida na cidade é diferente: cores, luminosidade, trânsito de viaturas e transeuntes – tudo se altera consoante a hora do dia.

Hoje quando saí por volta da hora do almoço estavam umas mesas compridas no meio da rua, muita criançada e uma algazarra enorme! A rua estava cortada e os miúdos (talvez os da Escola – de uma das Escolas – ali do lado) estavam a almoçar ao ar-livre. É uma iniciativa salutar e que confere uma vivacidade diferente à rua. É um despertar (pelo menos para a vida citadina deste dia) mais animado e surpreendente!

Thursday, September 21, 2006

"Madame" ou "mademoiselle"?

Vi numa revista que mademoiselle deve-se aplicar até a jovem ter cerca de 18 anos. Antes tinha uma conotação ligada à pureza e virgindade, ao atingir a maioridade, que geralmente viria quando a jovem se casava e passava a Madame. Ora como há muitas jovens que não se casam, passou a ser consenso que o termo “mademoiselle” se aplicaria até a maioridade legal (os 18 anos). Claro que como tem uma conotação com a idade, pode-se continuar a chamar mademoiselle a quem tenha mais de 18 anos, e que aparente ser jovem. Hummm... Depois de alguma pesquisa na net, parece que a questão anda a levantar polémica.

Para mais informação:

http://www.timesonline.co.uk/article/0,,13509-2130189,00.html

“...MONSIEUR, madame ou mademoiselle? This is the first question on all official forms in France, but it has been denounced by leading feminists in the country as a flagrant example of sex discrimination.

They are calling on the French Government to remove the title Mademoiselle (Miss) from administrative documents because it forces women to divulge their marital status where men have only to reveal their gender. (…)”

http://romy.tetue.free.fr/article.php3?id_article=105

Ce que dit la loi

Soyons brève : "Monsieur" pour un homme, "Madame" pour une femme, et... C’EST TOUT ! Sachez-le : nul (organisme ou individu) ne peut imposer à une femme la mention "Madame" ou "Mademoiselle".”

"Soup" ou "Potage"?

Ontem o Sérgio (o nosso tradutor-mor) explicou-nos a diferença (após o LP ter perguntado). Potage é o equivalente ao nosse caldo – ou seja, é quando existe mais água e os legumes lá dentro. Soup (como em inglês) é a sopa, propriamente dita, quando corresponde mais a algo cremoso e consistente.

Tuesday, September 19, 2006

Ajustes linguísticos

Este vem no seguimento do post anterior e após uma incursão matinal ao supermercado. O que para nós (portugueses de Portugal ou emigrantes que não nos habituamos bem a esse estatuto) é “cartão” (e.g., cartão de crédito) é transformado em “carta” (de “carte”), isto é, aquando da passagem na caixa de supermercado para pagar, se a interlocução se passar entre dois emigrantes portugueses, a questão será: “Tem a carta do Migros?” – que é como quem diz: “Tem o seu cartão Fnac/Carrefour/...?”. Então e o que acontece à “carta” (aquela que se escreve que se põe nos Correios ou que se entrega em mão, ou que nunca se chega sequer a entregar, mas que por vezes é um bom exercício de reflexão, desabafo, libertação, ...)? Essa passa a “letra” (de “lettre”). Ainda não sei é como se passa a referir a “letra” (o caracter, aquilo que se usa para construir palavras)...

Mix linguístico

Ía eu no eléctrico a caminho da Faculdade, quando oiço a falar português atrás de mim – algo de habitual em Genève. O que também é habitual é não ser só português que se fala e a mistura é interessante, sobretudo se for entre duas gerações diferentes, como mãe e filha como era o caso. A mãe falou sempre em português, mas a filha alternava entre o português e o francês, por vezes na mesma frase – começava numa língua e terminava na outra! Isto também já me aconteceu, mas com o francês e o inglês, não sendo nenhuma das duas a minha língua nativa e aconteceu enquanto falava com colegas meus alemães, que também iniciavam a conversa numa língua e a terminavam noutra... A principal diferença é que para os luso-descendentes, os filhos dos emigrantes, a situação é sentida de forma mais dual, pois ambas são a língua materna. Esta dualidade na língua, é apenas um pequeno reflexo da dualidade e ambivalência identitárias sentidas por quem não pertence nem a um, nem a outro país, por pertencer igualmente a ambos.

Monday, September 18, 2006

Frére Jacques

Ora descobri estas férias de Verão que o nosso Frei João (aquele do “dormez-vous” e “vai tocar o sino, ding dang dun”), afinal não devia ser João mas sim Tiago. Pois é... parece mesmo ser o equivalente. E James também é equivalente a Tiago (e eu que pensava que este não tinha equivalente nem em francês, nem em inglês... Bem, a verdade é que há alguns Tiagos especiais que não têm equivalente em parte nenhuma :P).

Sunday, September 17, 2006

Tótós

Como não sabia como introduzir um momento alto das minhas férias neste blog, aqui vai um novo “desbloquador de conversa” (expressão e ideia registada de Nuno Markl): os meus totós que fizeram sucesso no casamento da Marta e do Dinis. A ideia era felicitar uma vez mais estes dois GRANDES AMIGOS. A festa foi bonita, apenas com a família e amigos chegados (sim, é incrível, mas há quem consiga fazer coisas com bastante elegância, classe e primor apenas com 32 convidados! Não, não são 132 ou 232, não falta lá nenhum número, são mesmo 32!). Mais uma vez PARABÉNS! (da vossa Joaninha Lin)

Gosto

Gosto de voltar e ser bem recebida, ter em casa plantas novas (e bonitas) oferecidas por um GRANDE AMIGO. Gosto de reencontrar pessoas que aqui me são queridas e têm-me estima. Gosto de voltar e parecer que não estive fora praticamente um mês. Gosto de reencontrar o esguicho, jacto ou chafariz (sim, esta foi a última que lhe chamaram! Pobre jet-d’eau...). Gosto de ficar à conversa, por mais de uma hora, com uma colega após um dia de trabalho intenso e cansativo.

Gosto de ver que afinal o Francês ainda está activo, mesmo depois das férias.

Irrita-me

Irrita-me voltar a ouvir falar francês, a fazer o mesmo percurso para a Faculdade, os dias cinzentos, não ter estado com toda a gente com quem gostava de estar nas férias e não ter estado mais e melhor tempo com quem estive, ter ido apenas uma vez à Baixa (de Lisboa) durante o dia, não ter voltado a ir a locais de que gosto e de que sinto saudades, não ter ido ao Gerês, ... Enfim, irrita-me terem já terminado as férias!

Now you see it, now you don’t! (15/Set/2006)

Ainda ontem, às 22h estava montado o circo (sim, um circo a sério, com uma grande tenda) em Plainpalais e hoje às 11h puff já não estava nada lá! Magia? Ilusionismo? Hummm... Mistéeeeerio! (Ou então datas a cumprir e prazos para montar a tenda noutro local qualquer!)

Combóios (03/Set/2006, Lisboa)

Os suíços podem ser muito organizados nalgumas coisas, mas não percebo porque não têm lugares marcados nos combóios! Por mais de uma vez, já viajei de pé e não eram distâncias assim tão curtas. Nós podemos ser atrasados em muita coisa, mas pelo menos, nos combóios não se vendem mais bilhetes do que lugares disponíveis (pelo menos que eu saiba), garantindo lugar sentado para cada passageiro.

“Olhó” avião! (03/Set/2006, Lisboa)

Lembro-me do fascínio que era passar pel’O Avião permanentemente aterrado – que está na saída da 2ª Circular que dá acesso ao aeroporto (Chegadas). Quando eu era mais nova era engraçado imaginar o que seria, até que me explicaram que era um restaurante. Ficou a curiosidade de um dia o conhecer por dentro. Mais recentemente, o fascínio e a curiosidade tornaram-se desilusão – é que o cartaz “Showgirls” não deixa margens para dúvidas, nem imaginação :(

Noites alternativas (03/Setembro/2006, Lisboa)

Um fim de noite alternativo é visitar entidades de serviço e utilidade pública, como por exemplo: Hospitais, Esquadras de Polícia e Bombeiros/Protecção Civil, que é para a tríade estar completa (não fosse o número 3, o número da perfeição – embora esta associação entre em confronto com o ditado “3 é demais”… Bem, mas este tipo de dissertação é melhor ficar para outras núpcias…).

Por altura do meu primeiro ano de Faculdade (Novembro 1999), logo no início, após um jantar de aniversários (juntaram-se pelo menos quatro aniversariantes) bem “regado”, um grupo restrito acabou por fazer uma incursão até ao Hospital de Santa Maria pois, como mais vale prevenir que remediar e omo nenhum de nós sabia diagnosticar a gravidade da situação do estado de alcoolémia de um dos nossos amigos, lá fomos nós (nem cheios de pica, nem para o sol da Caparica).

Decorridos quase sete anos (bolas, que o tempo voa!) após esta aventura deparei-me com outra. Desta vez, o inicio de Setembro (madrugada de 1 para 2) foi marcada por uma Operação Stop que nos proporcionou uma ida até à esquadra – tinham de fazer a contra-análise ao condutor! Para nós os quatro que ficámos do lado de fora da esquadra (na zona do Casal Ventoso) até nem foi muito penoso – conversava-se, diziam-se piadas, tentava-se escutar o que se passava no interior da esquadra, controlavam-se os esfíncteres*, viu-se o céu mudar de tonalidade à medida que o sol nasceu e se ia elevando, … Foram cerca de duas horas em que se esperava que o veredicto fosse o melhor possível. No final não foi assim «muito grave», apenas «grave» (segundo o prevaricador, graças à água ingerida no WC antes do segundo teste).

Com estas experiências há sempre aprendizagens a retirar (pelo menos ouvem-se muitas opiniões):

a) 2 whiskys e depois beber uma coca-cola: NÃO! O açúcar da coca-cola potencia o efeito do álcool (pois desidrata);

b) jantar cedo peixe não ajuda a disfarçar/digerir a bebida neste tipo de testes (mesmo que a pessoa se sinta na maior);

c) passar na Av. 24 de Julho, num fim-de-semana, e esperar não ser apanhado por uma Operação Stop é arriscar bastante [só vale a pena se a pessoa quiser ter um final de noite alternativo];

d) imediatamente após se beber, geralmente, não acusa; [será??? Hummm… duvido…]

e) a vodka praticamente não acusa nada, desde que não se façam misturas com outras bebidas alcoólicas**; [esta também não me parece muito fiável… tendo em conta que a vodka tem um enorme teor de álcool… não sei não]

f) o problema é da coca-cola, quando antecedida horas antes por peixe; [cada um acredita no que quer, embora eu ache que os Whiskys também tiveram algo a ver com o assunto]

g) mas a mais importante (para mim, e não querendo abusar do chavão): “Se conduzir, não beba!” [Pronto, águazinha até faz bem para não desidratar – desde que não se misture com ecstasy ou outras substâncias que alterem o estado de consciência]

E aqui ficam estas sugestões de programas alternativos. Este último ficará marcado na memória dos intervenientes António, Paulo, Quim, Eugénia e eu.

Quanto a mim, da tríade-maravilha (referida no inicio), só me falta visitar os Bombeiros (desde que seja nos moldes anteriores, em que a situação se resolve pelo melhor e não inspira cuidados nem preocupações de maior)!

* Segundo uma senhora, que aguardava já há duas horas, num jipe à nossa frente, não era permitido ir ao WC da esquadra.

** Informação obtida à posteriori, obtida com o Miguel (mano), aquando do relato da noitada.

Não sei se hei-de rir ou de chorar (22/Agosto/2006, Portimão)

É cerca de 1h30 da manhã/madrugada, terminei o meu telefonema, e já tudo* dorme (todos, excepto eu)!** Bem, não seria nada assim de extraordinário não fosse o facto de estarmos de férias, no Algarve!

Talvez a idade comece a pesar (ou o vinho verde que alguns beberam a acompanhar o peixe)… E eu que até estava preparada para ir jogar ao Risco! (Alternativa divertida à ida para bares). Enfim… A ver se saio da casa-de-banho (único sítio em que acho que a luz ligada não está a incomodar ninguém – i.e., nenhum dos quatro mancebos) e vou arrumar umas roupas no quarto para depois me deitar – a ler porque para mim o sono ainda não chegou. (O cansaço sim o sono não!…)

Ah! E claro que mais vale rir, porque até faz melhor à saúde!

*(LP, Sérgio, Adrien e Stéphane)

** Ok, eu sei que falo muito… mas o telefonema com o Ruben não durou assim taaaaaaaaaaanto! (Foi cerca de 30 minutos.)

Porque os suíços são mais agarrados ao dinheiro e não são lá muito hospitaleiros (22/Agosto/2006, Portimão)

Segundo a explicação do Stéphane, a avareza dos suíços (que inclui não serem lá muito hospitaleiros), está relacionada com o Protestantismo! [Eu bem digo que a religião é uma das maiores geradoras de discórdias…]

Hoje fiquei contente… (21/Agosto/2006, Portimão)

…com a interacção que observei entre uma mãe e um filho bebé, no restaurante. No fundo, foi mais a interacção de dois casais e de três crianças; parecia haver serenidade e educação – aspectos, infelizmente, raros de observar.

Empregos (07/Agosto/2006)

Hoje cruzei-me com a Sylvia (a nova colega da equipa) à hora de almoço. Ficámos um bom bocado a falar, porque já não nos víamos há uns tempos (ela trabalha noutro edifício).

O noivo dela, que chegou há cerca de um mês (no ínicio de Julho) já encontrou uma posição na EPFL (École Polytechnique Fédérale de Lausanne), em Lausanne, a cerca de 40 minutos de Genève! Pois é, enviou duas candidaturas e já foi escolhido para uma posição de cand-doc (candidato a doutoramento, ou seja, estudante de doutoramento) PAGO! O que é fantástico é que andavam à procura de uma pessoa para essa posição há já 6 meses. A área é a da Informática, onde aqui me parece ainda haver mais facilidade em arranjar emprego – e refiro emprego, não trabalho, pois aqui é-se muito bem pago. Só para termo de comparação: o Yanick (também de Informática) vai fazer um estágio numa empresa – na verdade não é bem um estágio; o sistema na Faculdade é por créditos e ele preferiu substituir três disciplinas por um estágio numa empresa, durante 3 meses. Ora o estágio dele vai ser remunerado, com a módica quantia de cerca de 4000chf por mês!!! Pois é isso mesmo: 2545.45€*/mês (cerca de 500 contos na moeda antiga)!!! O que é mais cómico é que ainda lhe perguntaram se ele tinha problema em receber essa quantia. Eu recebo quase metade, com curso já tirado, e não tenho problema nenhum, quanto mais alguém que vai receber (e muito bem) para ter créditos para os estudos (para o Mestrado, ou seja o 4º e 5º ano de estudos superiores universitários, pois ele já tem o Bacharelato). Claro que depende das empresas, nem todas são assim tão generosas; a Gäelle também vai para uma empresa, como forma de ganhar créditos, também tem as mesmas habilitações e vai “só” receber 1600chf (1020€)! Pois, uma “miséria”, que mesmo assim é mais de metade do meu ordenado... E pronto, é assim que vejo que devo ter errado de curso... É que o mais irritante é que eu também já trabalho praticamente todo o dia com o computador, até já tive que programar para o doutoramento (em Psicologia, não Informática), ao menos podia receber como tal! Mas na realidade, não me estou a queixar (a sério!) – gosto do que faço, do ambiente universitário, dos colegas, da liberdade que disponho. A ideia era deixar só mais uma vez explícito que ainda há locais em que valorizam a mão de obra qualificada e que ainda vão existindo empregos.



* Valor de acordo com o www.xe.com

P.S.: A propósito deste post que já estava escrito desde Agosto e só agora é publicado: hoje (15 Setembro) vi vários anúncios para posições aqui na Faculdade (Université de Genève), desde para assistentes, doutorandos, pós-doutorados, tanto em Psicologia (áreas das emoções e vida social, infância e problemas de desenvolvimento intelectual, análise de dados, ...) como em Direito.

Material para o teu blog...

-----Message d'origine-----

De : Matteo Risoldi

Envoyé : jeudi, 3. août 2006 17:11

À : Joana Ramos

Objet : Material para o teu blog...

Sobre a suiça e o feito que eles estam organizados para tudo:

as notas de 10 a 1000 francos que usamos hoje são a série 8 de notas suiças. Foram introduzidas a partir do 1995 e depois do 2000 são as únicas validas.

A série antecedente era a 6.

Então, a 7 foi para onde?

A série 7 foi creada nos anos 80, nunca foi introduzida, e ficou secreta: quase ninguem sabe como é feita. Existe só por uma razão: se aprecerem falsos das notas actuais em grande número, a série 8 vai ser deixada, e trocada com a série 7. Pois, eles têm uma série de notas secretas "no caso em que".

Rerefencias:

http://www.snb.ch/f/banknoten/noten.html

http://emagazine.credit-suisse.com/app/article/index.cfm?fuseaction=OpenArticle&aoid=125827&coid=120&lang=FR

O_o

P.S.: Obrigada pela contribuição Matteo!

Susto! (02/Agosto/2006)

Aquando do horário de verão, a Faculdade fecha mais cedo – às 19h – e pouco antes deste horário aparece uma voz bem alto, a ecoar pelos altifalantes (que eu nem sabia que tinha no gabinete)! É um susto, quase que uma pessoa salta da cadeira! Ou tem um ataque cardíaco... (que é muito menos divertido). E a voz também por si só é assustadora – bem, uma delas, porque a outra parece de alguém que acabou de acordar ou que já bebeu um bocado de mais.

Saturday, September 16, 2006

Rodas do carro engraçadas

Gruyères (Suiça), 01/Agosto/2006




Visitas com mãe e Filipa (02/Agosto/2006)

Yvoire, Murten, Salève, Annecy, Gruyères

Genève, Filipa que já é “repetente” passeou com a mãe.

Yvoire: 3ª vez (uma em 2003, outra em Fevereiro/Março com a Filipa e agora)

Murten : vista de Verão ; 2ª vez (a primeira tinha sido em Fevereiro/Março com a Filipa)

Salève: visto de Verão ; 2ª vez (a primeira tinha sido em Fevereiro/Março com a Filipa)

Annecy: vista de Verão ; 2ª vez (a primeira tinha sido em Fevereiro/Março 2005 com a Rita e Nuno)

Gruyères: 1ª vez!

Gruyères (02/Agosto/2006)

Afinal é muito mais que um queijo!

A região é muito bonita e têm por lá uma sopa muito boa: legumes, batata cozida, massa (de cotovelo), leite, natas + queijo Gruyère e pão partido em pedacinhos (cubinhos) à parte, para se adicionar a gosto.

Saudades de quem ainda não partiu (19/Julho/2006)

É frequente eu ter este sentimento de nostalgia e saudade por uma série de pessoas, locais, situações, momentos...

No apéro de dia 12, a Tatjana estava a falar de ainda não se ter mentalizado de que daqui a duas semanas se vai embora (vai fazer um post-doc para Chicago, EUA). Conversavamos com o Frjdjof que também não estava nada contente em também ter de se ir embora – a equipa dele vai toda regressar para a Alemanha com o prof. responsável (a equipa é praticamente toda constituída por elementos alemães). Foi curioso que a Tatjana disse que actualmente faz como eu, de tão farta estar de fazer malas de um lado para o outro (ela é alemã): deixa até à última da hora e depois enfia-se para dentro da mala o que vier à mão! Não é a melhor maneira de gerir a situação, mas é uma forma.

O LP referiu que alguém uma vez tinha comentado com ele que era mau fazer amigos em Genève – numa cidade em constante movimento migratório, é fácil de perceber porquê...

A propósito do assunto aqui fica um texto (recebido via e-mail, da minha mãe), atribuído a Fernando Pessoa:

"Um dia a maioria de nós irá separar-se.

Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhamos.

Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim... do companheirismo vivido.

Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.

Hoje não tenho mais tanta certeza disso.

Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida. Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe...nas cartas que trocaremos.

Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices... Aí, os dias vão passar, meses...anos... até este contacto se tornar cada vez mais raro. Vamo-nos perder no tempo....

Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão:

"Quem são aquelas pessoas?"

Diremos...que eram nossos amigos e...... isso vai doer tanto! -"Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!"

A saudade vai apertar bem dentro do peito.

Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...

Quando o nosso grupo estiver incompleto... reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo.

E, entre lágrima abraçar-nos-emos.

Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante.

Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado.

E perder-nos-emos no tempo.....

Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades....

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"

Fernando Pessoa

“Dá um mergulho no LAGO, dá um mergulho sem olhar para trás" (24/Julho/2006)

Primeira vez que me lembro de tomar banho num lago... Bem, de certeza que é a primeira vez que tomo banho no Lac Léman.

Tem corrente, cansa muito mais nadar neste lago do que no mar – o sal ajuda a que a manter a pessoa mais facilmente à tona de água.

O fundo está cheio de pedras, a maior parte delas escorregadias.

Dá para ir para o lago em quase todos os locais que o circundam. Há zonas mais facilmente acessíveis que outras – como por exemplo, a Baby Plage ou a Genève Plage.

Nós fomos, com o Matteo, até a uma das zonas em Hermance, que permite fazer um barbecue, um churrasco ao ar-livre no campo junto ao lago, onde estão muitas famílias e muita malta a jogar raquettes, à bola, ouvir música, a ler, ...

PALÉO, novamente (24/Julho/2006)

Sábado voltámos* ao Paléo. A ideia era ir ver Placebo.

Lugares especiais para pessoas com cadeiras-de-rodas, e viam-se muitas pessoas em cadeiras-de-rodas.

Crianças também havia várias – bem mais do que nos festivais de Verão, em Portugal.

Casas-de-banho: mais limpas que a maior parte das do Bairro Alto e com papel higiénico!!!

*(desta vez só eu e o LP)

“Excusez-moi, je peut vos offrir un petit café?” (19/Jul/2006)

E ora aqui está mais uma prova de que o pessoal por aqui é muito dado a ofertas! Em Portugal, geralmente, ninguém convida quem não conhece para ir tomar um café ou outra bebida qualquer (bem, talvez esteja a exagerar, o que quero dizer é que, pelo menos, a mim ainda não aconteceu!). A maior parte dos rapazes/homens limita-se a ficar a olhar embasbacado e sem pagar por isso (é que há certos olhares que deviam pagar imposto!). Por aqui, podem olhar, mas a frase mais típica é perguntar se podem oferecer uma bebida (estando a pessoa na rua, ou na Faculdade, ou noutro local que não um café/bar/pub/discoteca), sempre é mais simpático, mostram algum interesse em conhecer a pessoa... Outra que ouvi há três anos, na zona francesa fronteiriça (St. Genis-Poully) era se podiam fazer companhia, acompanhar (sem saber para onde eu ia!). No fundo, é mais agradável que ouvir uma boca labrega.

P.S.: Outra que me contaram que é utilizada em Itália é pedir lume (para o cigarro).

O regresso

O meu regresso! Pois é, após algum tempo de ausência, estou de volta!

Parece que este regresso era aguardado! Até recebi mails... pronto UM email (obrigada António :) ) preocupado, a saber se estava tudo ok, dada tão prolongada ausência.

Férias e trabalho mantiveram-me afastada de uma actividade que gosto muito e que tem um efeito catártico (pelo menos, para mim): o dormir! Não, estava a brincar, claro que é o meu blog :P

Seguem-se alguns posts, a maioria dos quais já foram escritos há algum tempo (a data de criação surge entre parêntesis a seguir ao título).

As fotos que estão atribuídas a alguns posts serão adicionadas mais tarde (visto a rede da Faculdade funcionar melhor que a de cá de casa).