Ía eu no eléctrico a caminho da Faculdade, quando oiço a falar português atrás de mim – algo de habitual em Genève. O que também é habitual é não ser só português que se fala e a mistura é interessante, sobretudo se for entre duas gerações diferentes, como mãe e filha como era o caso. A mãe falou sempre em português, mas a filha alternava entre o português e o francês, por vezes na mesma frase – começava numa língua e terminava na outra! Isto também já me aconteceu, mas com o francês e o inglês, não sendo nenhuma das duas a minha língua nativa e aconteceu enquanto falava com colegas meus alemães, que também iniciavam a conversa numa língua e a terminavam noutra... A principal diferença é que para os luso-descendentes, os filhos dos emigrantes, a situação é sentida de forma mais dual, pois ambas são a língua materna. Esta dualidade na língua, é apenas um pequeno reflexo da dualidade e ambivalência identitárias sentidas por quem não pertence nem a um, nem a outro país, por pertencer igualmente a ambos.
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