Passarinho cusco
Pequena, mas suficiente...
Hoje no autocarro entrou uma senhora com um carrinho de bebé e mais outro menino pela mão. O bebé tinha um olhar intenso e uma capacidade de fixação ainda maior. Eu estava sentada de modo que ele tinha de virar a cara para me fitar e foi o que fez o tempo todo! Era daqueles bebés que não parece bebé – que tem um ar já adulto. Esteve sério o tempo, não consegui “arrancar-lhe” um único sorriso, nem um esboço de sorriso sequer. Jogar ao “Sério” com ele deve ser bem difícil...
Por aqui a Primavera anda com crises de identidade... Tem vindo a arrefecer e até já voltou a nevar nos locais acima dos 900m de altitude! Para hoje deram uma máxima de 10 graus.
Parece que esperam que até ao final da semana possa voltar a nevar em Genève!!! Teria a sua piada...
Na 2ª feira da semana passada (22 Maio) tive um dia muito social – isto é, com muito contacto com pessoal. Foi giro! Claro está que não deu para trabalhar muito, mas há que se ter prioridades na vida! (E a minha, como já deu para perceber, não é o trabalho.) A verdade é que ontem e hoje já foi muito mais dedicado ao trabalho (mas também é verdade que amanhã, por aqui é feriado!).
Para começar, à hora de almoço reuniu-se na Uni-Mail (minha Faculdade) o pessoal da Uni-Dufour (Faculdade do
Depois de almoço, estive a falar “montes” de tempo com o Robert – falámos sobre o trabalho, sobre Portugal, ainda deu para lhe mostrar umas fotos do nosso “cantinho à beira-mar plantado” (e para que ele visse uma Lisboa mais solarenga, pois visitou Lisboa, em Abril, disse que choveu o tempo todo – lá lhe expliquei que “Em Abril, águas mil”), ...
Numa das idas ao laboratório, passo no corredor onde tem gabinetes de pessoal conhecido – um desse pessoal conhecido, é o Etienne. Ainda estivémos a conversar um pouquito.
Entretanto, a socialização mantinha-se via e-mail ao estar a organizar um jantar para 4ª feira (véspera de feriado aqui) num restaurante/snack-bar português (o “Capa Negra”) – de forma a ir “aculturando” a malta ao meu país de origem.
No final do dia, à saída da Faculdade cruzei-me com uma rapariga que participou na minha experiência – ela ia a entrar e eu a sair. Perguntou-me se já tinha terminado, se estava a correr bem... Foi simpática!
Ah! E claro que há ainda a Kerstin e o Michael, que fazem parte dos “habitués”, embora o meu colega de gabinete (o Nicolas) não tenha vindo – o filho ficou doente. Seria mais uma boa companhia a juntar ao preenchido dia!
Livra! Que a gente estúpida prolífera que nem cogumenlos numa floresta húmida! Melhor, que nem em qualquer local húmido, porque já não há assim tantas florestas... (e ainda está para vir mais uma época de incêndios, ah, não, afinal é época de Verão!)
E depois fazem questão de se concentrar no sector de atendimento ao público, que é para provocar maiores danos!
Pronto, quando escrevi as primeiras linhas estava um bocado enervada... Mas agora que já passaram alguns dias (12), já dá para olhar para a situação de uma maneira mais fria e distante e verificar que... continuo a ter razão!
Por aqui nem me tem acontecido muito ter estes “encontros imediatos de 3º grau” (literalmente, porque é no 3º piso que ficam os serviços de Secretariado do Departamento de Psicologia) – bem pelo contrário, a maior parte das pessoas mostra-se prestável e eficiente. Em Genève acho que são “aves raras”, mas de vez em quando lá tem de ser: esbarra-se com uma! Na minha Faculdade a Secretária que trata de assuntos relativos ao Departamento só faz confusões e utiliza critérios e exigências diferentes conforme lhe apetece (sim, eu sei que é o pão-nosso-de-cada-dia em Portugal, mas uma pessoa começa a afastar-se desse pessoal nefasto e depois, quando volta a esbarrar com ele, volta-se a irritar). A situação foi: eu queria uma chave da Faculdade (para poder entrar a qualquer hora e em qualquer dia); tenho direito a isso por ser Assistente e desde que pague a caução de 100 chf (cerca de 70€). Simples, não? Pois, deveria ser, mas a senhora resolveu que desta vez me ia pedir um papel – papel esse que nunca foi pedido a nenhum dos meus colegas, e no qual o meu prof. deveria escrever que eu estava autorizada e que havia necessida (bem, uma treta qualquer). Felizmente, o meu prof. é porreiro e embora tivesse achado estranho o requisito fez o papel num ápice. Quando lhe levei o documento, a senhora fez um ar de quem não fazia ideia do que aquilo era... Aí ataquei logo: “Como me tinha dito, aqui está o papel que o prof. fez expressamente para este propósito.”. Passei à fase 2 – diz-me ela: “Agora é só ir pagar aos Correios** a caução com o papel que eu já lhe dei.” A minha cara de estupefacção acompanhada por: “O papel? Mas qual papel?!” (e assim se prova a universalidade da comédia e da incompetência!). Continua ela “Estou convencida que já lhe tinha dado o papel que é para ser carimbado nos Correios para certificar o pagamento.” Depois de insistir que não e que se já tivesse esse papel tinha logo trazido os dois juntos, lá me dá o tal papelinho. E, pronto lá vou noutro dia aos Correios e (finalmente!) entrego tudo junto e agrafado (pois se lá tivesse deixado o documento do meu prof. corria o risco de ela o perder) e, voilà, recebo a chave-maravilha!
A verdade é que a incompetência existe em todo o lado e que a Suiça também é um país muito burocrático; mas ao menos na Suiça, como me disse a Secretária da Presidência do Departamento de Psicologia***: “Na Suiça, pode demorar e haver muita burocracia, mas desde que não digam que não, está tudo ok.”
*[Depois de escrever o título lembrei-me de umas cassete video de “apanhados” que se chamava “Gente Gira”... Ora isto até é irónico, porque por vezes é tamanha a estupidez que passado um tempo uma pessoa até se ri das situações – e sempre é mais saudável que chorar.]
** Por aqui faz-se praticamente tudo nos Correios; não utilizam praticamente o Multibanco (aí os portugueses estão muito mais à frente). O atendimento é super-rápido e na maior parte das vezes eficiente. Claro que toda a regra tem excepção, e esta semana, num dos postos de Correio, apanhei uma rapariga um bocado limitada cognitivamente – o que quando se quer ter informações acaba por ser um bocado frustrante.
Os posts que se seguirão (não os que estão por baixo deste, mas aqueles que ficaram por cima) deveriam ter sido colocados antes, desde o início da semana. Infelizmente, tenho a ideia mas não tenho tempo de a escrever logo ou então começo a escrevê-los mas não os consigo terminar (é que, embora possa não parecer, eu até trabalho a sério… Pronto, ok, às vezes trabalho mesmo a sério). Assim, os textos que se vão seguir deveriam ter vindo antes do “Mónica”. No entanto, esse desabafo apresentou-se-me como mais urgente… A Psicologia explica: o que é negativo é mais saliente… Infelizmente, é assim que a maioria dos seres humanos funciona (a culpa é das conexões sinápticas que parecem ser mais numerosas para eventos negativos).
Bem, a ver se consigo ir descansar a vista e se amanhã termino os textos mais positivos que já estavam planeados…
Hoje foi feriado em Genève. Fomos ao cinema, à sessão das 22h, ver o X-Men 3. Quando cheguei a casa tinha algumas mensagens no MSN (Messenger): da minha mana, do meu primo aniversariante, e da Neuza (colega de Faculdade e no Projecto ReDescobrir*). A minha ex-colega deixou-me uma mensagem que me deixou intrigada e bastante preocupada: ela teve conhecimento de uma notícia da morte de uma criança no Barreiro e parece que era de uma das famílias que eu acompanhei.
Como não tive acesso ao documento sobre o assunto que ela me tentou enviar, pus-me a pesquisar na net. As informações estavam dispersas, um pouco contraditórias, enfim confusas (quase que parecia o trabalho que tive que fazer sobre Inês de Castro, no 8º ano, e em que li uns textos que diziam que ela era loira e outros que defendiam que era morena! Pois séculos mais tarde a imprecisão jornalística continua). Finalmente cheguei a um site** que condensava melhor a informação (o do Correio da Manhã), e aí preto no branco, como eu já vinha a antecipar (pelas peças que ia juntando, sem nunca querer realmente ver a imagem final) estava a notícia: era mesmo uma das “minhas” meninas que tinha sido violentamente assassinada… Uma das crianças cuja família acompanhei durante os quase dois anos em que estive no Projecto.
A família da Mónica tinha começado a ser acompanhada por uma colega da equipa, que eu no início (no estágio) acompanhava nas visitas domiciliárias. Depois, a família passou para a minha responsabilidade. Ao fim de algum tempo, concluímos que esta era uma família difícil de trabalhar, visto que a mãe não tinha intenções de mudar – isto é de deixar de ser tão negligente em relação aos três filhos que estavam ao cuidado dela – e só procurava obter bens materiais e nada de competências a nível parental. Foram feitos relatórios para a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco (CPCJ) do Barreiro, assim como reuniões, relatando a situação das crianças (a primeira sinalização, por parte da minha colega, tinha como criança-alvo o mais novo de apenas 3 meses de idade, na altura, e com 3 anos actualmente). Quando decidimos deixar de acompanhar regularmente a família voltámos a referir a situação à CPCJ, insistindo que era necessária a intervenção de um organismo mais oficial e com mais “peso” – visto que o Projecto não tinha poder executivo/deliberativo (em relação à custódia das crianças) e actuava em conjunto com as famílias, desde que elas o aceitassem. No tempo que continuamos a observar à distância, indirectamente, informalmente, soubemos que nada continuava a ser feito por parte das entidades competentes e devidamente avisadas/notificadas. A comprová-lo está a afirmação da CPCJ, no site, que refere que nem sabiam que a criança tinha ido para uma instituição.
No tempo que estive no Projecto, aprendi que havia uma hierarquia – os casos que considerássemos mais preocupantes (a maior parte dos que tivemos) deviam ser sinalizados à CPCJ. Por sua vez, a CPCJ faz a avaliação e decide se o caso deve ou não seguir para Tribunal, visto que é esta a entidade que pode decidir se a criança deve ou não permanecer na família. De nada valia ir directamente a Tribunal, pois os casos que chegam a Tribunal têm de passar pelas CPCJs. A ideia de tornar os processos mais céleres – através destas “comissões de triagem” – vai por água abaixo quando não existem técnicos suficientes para os numerosos casos e situações, não permitindo avaliações cuidadas das situações (ou mesmo só avaliações, nem que seja uma visita domiciliária).
Ainda ontem (aliás, a esta hora, já é anteontem) me perguntaram o que me tinha feito vir para a Suiça e passar da área clínica e de intervenção comunitária para a investigação. Entre as várias razões que apresentei, falei no desgaste que sentia ao fim desse tempo (os tais dois anos, durante e após a Faculdade), por me envolver demasiado – isto não se ter um botão on/off para as emoções (ou então eu ter o meu permanentemente avariado), às vezes, arruína um bocado o sistema.
A verdade é que continuo com saudades dos “meus” meninos e meninas… E há alturas que custam mais a gerir do que outras… Agora está a ser uma delas (o adiantado da hora e a incapacidade em dormir atestam isso). No entanto, como eu defendo, ter saudades é algo que, no fundo, é bom: significa que se tem recordações positivas de algo ou alguém… Como por exemplo eu tenho do último abraço que a Mónica me deu…
*Projecto ReDescobrir: teve a duração de três anos (de Junho 2002 a Junho 2005), sediado na Associação NÓS, no Barreiro. O objectivo era intervir com famílias de crianças em risco, de modo a dotar as famílias com mais competências para lidarem mais eficazmente com as suas crianças. Talvez as seguintes frases ilustrem o que quero expressar: “Não é fácil ser mãe ou pai, exige trabalho, tempo, dedicação e amor… e para não falharem, de vez em quando, precisam de auxílio.” (Guimarães, 2001); “Trabalhar com as famílias de modo a que as crianças possam permanecer nestas e não serem institucionalizadas; trabalhando sempre no melhor interesse da criança e da sua segurança.” (folheto do ReDescobrir). A ideia fundamental era actuar antes que o Tribunal interviesse com medidas de retirada das crianças. Se uma criança é retirada da família por maus-tratos ou negligência e nada se trabalha com essa família, daí a pouco tempo eles têm outra criança, que vai ser novamente retirada, e assim sucessivamente. Claro que esta era a ideia quando os casos se apresentassem como operacionais e quando o nível de maus-tratos/abuso/negligência não afectasse a integridade física e/ou sexual da criança.
** http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=201820&idselect=10&idCanal=10&p=200
Ora aqui está outro mail que achei que devia partilhar (também foi enviado no dia 19 Maio, embora só agora tenha terminado o texto que queria pôr como epílogo).
"Uma Avó é uma mulher que não tem filhos, por isso gosta dos filhos dos outros.
As Avós não têm nada para fazer, é só estarem ali.
Quando nos levam a passear, andam devagar e não pisam as flores bonitas nem as lagartas.
Nunca dizem "Despacha-te!". Normalmente são gordas, mas mesmo assim conseguem apertar-nos os sapatos.
Sabem sempre que a gente quer mais uma fatia de bolo ou uma fatia maior.
As Avós usam óculos e às vezes até conseguem tirar os dentes.
Quando nos contam historias, nunca saltam bocados e nunca se importam de contar a mesma história várias vezes.
As Avós são as únicas pessoas grandes que têm sempre tempo.
Não são tão fracas como dizem, apesar de morreram mais vezes do que nós.
Toda a gente deve fazer o possível por ter uma Avó, sobretudo se não tiver Televisão".
Acho que esta definição de avô está muito boa, pelo menos é assim que acho que as avós deviam ser. Eu nunca tive muita oportunidade de conhecer os meus avôs e avós (e a minha irmã ainda menos)… O meu avô paterno (Manuel) faleceu quando eu ainda era bebé; o meu avô materno (Pedro) ainda foi com quem houve contacto por mais tempo, pelo menos, pelo Natal e foi o que faleceu mais tarde, há uns anos. Quanto às avós: não tive muito contacto com a minha avó paterna (Laurinda); o que sei dela sei-o sobretudo pela minha tia Cila, pela minha mãe, e raramente pelo meu pai. Lembro-me de a ir visitar a um lar em Barcelos (lembro-me bem de apenas de uma vez, mas sei que fui mais). Relativamente à minha avó materna (Luísa) acho que é de quem guardo recordações melhores; ou pelo menos em que sinto que houve uma proximidade maior, embora ela tenha tido um AVC grave quando eu tinha cerca de 6 anos (acho eu, ou terá sido antes?) e tenha vindo a falecer dois ou três anos mais tarde. Lembro-me que foi ela que me ensinou a ler (pelo menos ensinou-me as letras na famosa “Cartilha Maternal”) e a escrever o meu nome: Joana. Lembro-me também que foi ela que me ajudou a refazer um jogo cujas peças tinham “desaparecido” (uma rapariga que costumava ir brincar comigo ia levando algumas peças…) – reconstruímos os cartões com pedaços de tampas de iogurte. Lembro-me também do que ela me dizia quando eu ia a casa dela e queria trazer os bonecos que tinham pertencido à minha mãe e tia: “É melhor eles ficarem aqui. Assim da próxima vez que vieres eles estão cá para tu poderes brincar com eles.” Era um bm argumento, embora não me convencesse completamente (sempre fui um bocado difícil para ser persuadida). À parte desta ideia (que até tem lógica) nunca percebi bem porque ela queria manter lá os bonecos… Talvez fosse uma maneira de ter as filhas mais perto, ou pelo menos a recordação delas em pequenas? Bem, não sei… Só sei que mesmo numa era com televisão e computador (rádio, telemóvel, mp3, iPod, etc.) acho que as avós (e avôs) continuam a fazer falta.
P.S.: A minha mãe deu-me umas informações mais detalhadas (sobretudo em relação às datas): a minha avó teve o AVC quando a minha irmã tinha 5 meses e eu 5 anos. O AVC deixou-a bastante incapacitada e sem fala. Veio a morrer de cancro da pele, três anos depois.
Acho que o e-mail que a minha mãe me enviou deve ser partilhado. Está lindo!
Penso que se cada um de nós for fazendo a sua parte, no que concerne à sensibilização e divulgação dos mais diversos assuntos, pouco a pouco (mesmo que seja muuiiiiiiiiiito lentammmmmmmmmmmente) vão-se mudando mentalidades. É que “mudam-se os tempos”, mas há vontades que ainda devem demorar mais uns séculos a mudar… Mas “grão a grão” (pessoa a pessoa/pensamento a pensamento/acção a acção) lá se chegará!
Depois de feitas algumas “correcções” para transformar o português do Brasil num português de Portugal, aqui fica o mail*:
«A seguinte cena aconteceu em um vôo da British Airways entre Johannesburgo (África do Sul) e Londres.
Uma mulher branca, de aproximadamente 50 anos, chegou ao seu lugar na classe económica e viu que estava ao lado de um passageiro negro.
Visivelmente perturbada, chamou a comissária de bordo.
"- Qual é o problema, senhora"?, perguntou a comissária.
" - Não está a ver? - respondeu a senhora - "Colocaram-me ao lado de um negro. Não posso ficar aqui. Você precisa dar-me outra cadeira".
"Por favor, acalme-se" - disse a hospedeira** - "infelizmente, todos os lugares estão ocupados. Porém,vou ver se ainda temos algum disponível".
A comissária afasta-se e volta alguns minutos depois.
"- Senhora, como eu disse, não há nenhum outro lugar livre na classe económica. Falei com o comandante e ele confirmou que não temos mais nenhum lugar, nem mesmo na classe económica. Temos apenas um lugar na primeira classe".
E antes que a mulher fizesse algum comentário, a comissária continua:
"- Veja, é incomum que a nossa companhia permita a um passageiro da classe económica sentar-se na primeira classe. Porém, tendo em vista as circunstâncias, o comandante pensa que seria escandaloso obrigar um passageiro a viajar ao lado de uma pessoa desagradável".
E, dirigindo-se ao senhor negro, a comissária prosseguiu: "Portanto, senhor, caso queira, por favor, pegue a sua bagagem de mão, pois reservámos para o senhor um lugar na primeira classe..."
E todos os passageiros próximos, que, estupefatos, assistiam à cena, começaram a aplaudir, alguns de pé. »
O mail terminava com a citação que escolhi pôr como título deste post.
Não sei se a situação descrita aconteceu mesmo ou não – pois nem tudo o que circula na net é fidedigno (dahh!). Por um lado, foi bom receber o mail e lembrar que há pessoas que se recusam a ficar caladas/paradas perante injustiças. Por outro lado, era bom não se receber mails destes se isso significasse que situações como o racismo e discriminação já tinham sido erradicadas da nossa existência; mas como, infelizmente, alguns seres humanos não dão para mais e estas situações continuam a ocorrer, o que espero é que haja pessoas capazes de lhes fazer frente e dar respostas à altura! (Tão boas, ou melhores, como a que se verificou neste caso!). Só é preciso que os “bons” consigam elevar a sua voz – o que não é muito difícil se forem cada vez mais numerosos...
* Eu não desgosto do português do Brasil, mas é sempre bom exercitar o meu Português de Portugal! É que às vezes é complicado com o francês e inglês à mistura (e enquanto só são estes até se vai gerindo...)
** Embora ache que “aeromoça” tem muito mais piada :P
9 de Maio de 2006, no aeroporto de Amsterdam, na fila para mostrar o passaporte (depois de fazer o check-in e antes de passar no detector de metais e de entrar no avião): um casal americano com três filhos pequeninos, diz-lhes (a mãe):
“- Kids: for our security we must to look smarts!”
Pois… só devem poder parecer… porque quanto a ser… *
Fevereiro/Março de 2006, pizzeria em Meyrin (Genève) “La Meyrinoise”, um homem americano (que aparentava cerca de 40 anos) com duas crianças (que deveriam ser os filhos) estavam numa mesa que ficava na nossa diagonal, digamos, às minhas 1h (é só imaginar que estão a olhar para um relógio e ver em que direcção fica a uma hora – aprendem-se coisas bastante interesantes e utéis para o dia-a-dia a olhar amostras de plantas num microscópio, em aulas de Técnicas Laboratoriais de Biologia, 10º ano. Uma pessoa aprende a orientar-se na vida! Mas voltando ao que interessa...).
Durante o tempo de espera, o homem esteve todo o tempo a ler um livro e as crianças a jogar com os Game Boys portáteis. Quando chegou a comida, a rapariga (que era mais velha, talvez com cerca de 7 anos) pousou o Game Boy e começou a jantar; o miúdo (com talvez cerca de 4 anos) demorou um pouquito mais a pousar o brinquedo e a começar a jantar. O presumível pai, esse, continuou a ler durante o jantar, enquanto comia!! Os miúdos entre eles ainda falavam, agora o presumível pai não interferiu, nem quase lhes dirigiu a palavra; nem reparou se já estavam ou não a jantar, se precisavam ou não de ajuda; se continuavam ou não sequer na mesa (calculo que se eles se tivessem pirado, ele não dava por nada!). A cereja no topo do bolo foi quando no fim, depois de ir pagar com o cartão e as crianças continuarem na mesa, se virou para eles e chamou: “Kid number 1 and kid number 2, come on!”. E pronto, para quê uma pessoa dar-se ao trabalho de decorar nomes (sim, até dos filhos) se lhes podemos atribuir números?! Facilita, não é? E realmente uma pessoa que lê tanto não deve poder ocupar a cabeça a decorar coisas supérfluas como nomes (até os dos filhos) de pessoas reais e com as quais se tem (ou se deveria) interagir…**
* Pronto, talvez esteja a ser mázinha... talvez ao fim de um tempo uma mãe/um pai já não saibam o que dizer para controlar e manter sossegaditas as crianças (e logo três!)... e também é verdade que duas delas estavam a arreliar a mais pequena que ia (sortuda!) no carrinho-de-bebé...
** Aqui já não estou a ser mázinha, a sério que não! Fiquei mesmo chocada, aliás, ficámos: a minha irmã, o
Hoje foi outra vez dia de acordar a horas impróprias - daquelas a que me costumava deitar em Portugal! Ou seja, 6:30 - 7h da matina! Pronto, é verdade que esta semana não foi tão má como a semana antes e a semana depois da Páscoa, em que houve dias em que a alvorada era às 6:30 e só acabava às 19h-20h*! Bem, o problema não é o levantar-me cedo... é isso em conjunção com o continuar a deitar-me tarde (mas ontem até foi a trabalhar!). Resumindo, concluindo e baralhando, estou com sono e com uma dorzita-de-cabeça irritante!
Ontem foram mudar os estores, lá a casa – já não funcionavam há cerca de 8 meses (mas com o do meio a funcionar e com engenhocas “a la MacGyver” dava para os ter abertos, pelo menos uma parte deles). A bela da hora prevista para o trabalho: 8:30 da matina! Visto que chegámos de Amsterdam na 3ª feira à noite, e que a casa estava um bocado de pantanas, foi uma correria 4ª à noite para pôr tudo com um aspecto arrumado (limpo não valia muito a pena, pois eles deveriam ir sujar as coisas, visto que a casa é pequena e tem janelas em todo o comprimento de uma das paredes). Pensei que iam demorar a manhã toda – pois ainda deviam ser cerca de 4 metros de estore para mudar – e que a casa ia ficar toda suja. Mas não, a minha alma ficou parva! Montaram os novos estores em 30 minutos!!! E sem sujar praticamente nada! Pediram logo um aspirador, assim que viram que a madeira (que tapava o buraco onde encaixa o estore) que iam retirar estava carregada de pó; pousaram-na no chão com muito cuidado, para não espalhar o cotão e para este poder ser logo aspirado. Chegaram exactamente às 8:30, foram super-rápidos, eficientes, limpos e educados. E viva o profissionalismo!
O “Mullingans – Irish bar” é um Irish Pub (bar irlandês), em Genève - http://www.ireland.ch/. Fui lá umas três ou quatro vezes, às 5ª feiras, pois é o dia em que tem música ao vivo! É muito fixe, o pessoal da banda é divertido e bem-disposto. Só é “dommage” começarem cerca das 21h (o que para mim continua a ser um bocado cedo, especialmente no dia em que o comércio está aberto até mais tarde).
Ora eu como gosto de observar os espaços e locais*, reparei nas frases que estão dispostas pelo bar. Com a ajuda dos óculos e de pessoal menos pitosga que eu, pude transcrever algumas delas (pois são mesmo muitas), passando agora a reproduzi-las no presente blog! Claro que ainda preciso de lá voltar para ter a “colecção” completa.
“Quando uma mulher bonita entra num bar, o psicólogo é aquele que está a olhar para todos os outros, menos para ela.”
"Wanted: Meaningful overnight relationships (apply at bar)"
"Important message: SMILE
It won’t cost anything & someone may smile back at you"
“Those who would surrender their freedom for a small amount of security, deserve neither freedom nor security.” Benjamin Franklin
"Closing notice:
If you want to stay longer, come earlier"
“Il est absurde de diviser les gens en bons et mauvais. Les gens sont charmants ou ennuyeux.” Oscar Wilde (?)
“I know you believe you understood what you think I said
But I’m not sure you realize that what you heard is not what I meant.
Thank you for understanding.”
“It is better to stay out of the rat race because even if you win the rat race you are still a rat.”
“The Great Gaels of
Are the men that God made mad
For all their wars are merry
And all their songs are sad.”
“Worry kills more people than work, because more people worry than work.”
“Polite notice:
TIPPING is not a city in
“Here’s to you and yours and to mine and ours, and if mine and ours ever come across you and yours, I hope you and yours will do as much for mine and ours as mine and ours have done for you and yours.”
“The Rules
1. The Female always makes the rules.
2. The rules are subject to change at anytime without prior notice.
3. The Male can probably know all the rules.
4. ……… ”
“parva sed apta”: visita a Sintra, com Matteo, Tiago G.F. e LP, em Outubro de 2004; passamos por uma casa pequenina, cuja inscrição no pórtico de entrada era : “parva sed apta”. Perguntei ao Matteo (que é italiano e percebe um bocado de latim) o que significava a inscrição e ele explicou-me que se podia traduzir por “pequena mas sucifiente”. E identifiquei-me com a frase; e é assim que me considero: pequena na imensidão e vastidão do Universo, Mundo, Natureza e pessoas; mas suficiente para ir apreendendo, ultrapassando, vivendo e experienciando o que me vai aparecendo, com o que me vou deparando.
Biedonka: Sara disse-me que era “joaninha”, em polaco*.
Como a maior parte das pessoas me trata por “Joaninha” (algumas mesmo pouco tempo de me conhecerem!) este é um nome carinhoso com o qual me identifico.
Na Suiça gostam muito de joaninhas. Têm imensos postais com o desenho delas. Acho que é considerado um elemento de boa sorte.
* Parece que na realidade a palavra correcta é “biedronka”, mas eu gosto mais de “Biedonka” e foi assim que a Sara me disse!
Outras explicações:
Quanto à “imagem” do blog, esta ainda não deve ser a definitiva... A ver vamos como ficará. Gostava de lhe adicionar uma foto da casa que deu origem ao título.
Além disso, devem existir uns quantos erros... É que não tenho o corrector ortográfico automático de português instalado e o teclado é suiço, o que significa que tem teclas diferentes e algumas trocadas de posição!
Muitas vezes me fazem essa pergunta, mesmo quando estou a conversar com alguém e a contar uma história de outros amigos que esse alguém não conhece... (Não teria sido mais fácil se eu tivesse escrito: “...mesmo quando estou a conversar com o João e a contar uma história de outros amigos que ele não conhece”?) Pois, a ideia é simplificar a comunicação – que já por si é um exercício complexo e com facilidade em originar mal-entendidos.
Outro objectivo é o da proximidade e familiaridade. Quando falo de alguém a outro alguém, mesmo que eles não se conheçam, já ouviram falar um no outro, o que facilita quando realmente se conheceram (caso se venha a dar o caso).
Na semana passada escrevi um post (“Reflexo”) em que falava de não ter visto ainda na Suiça animais abandonados e incidi nos gatos – pois tinha-me parecido ver um. A verdade é que até agora ainda não vi nenhum gato na Suiça (nem na rua, nem em casa de ninguém). Foi curioso, pois dois dias depois de escrever o post fui a Amsterdam, e lá vi mais do que um gato na rua – um deles acho que não era abandonado, pois tinha coleira, o outro não me consegui aproximar o suficiente para investigar, porque se escondeu debaixo de um carro.
Fomos convidados pela minha colega Kerstin para passarmos o almoço de Páscoa em casa dela, com outro pessoal. A ideia era reunir a malta que não ia à terra-natal e fazer um brunch de Páscoa – em que cada um traria o que era típico do seu país. Depois, se as condições climatéricas permitissem, íamos procurar ovos da Páscoa. Acabámos por ser sete: a Kerstin e o namorado (Christopher – que tinha vindo esse fim-de-semana de Stuttgart, onde está a fazer também um doutoramento); a Tatjiana (a mais velha, porque há duas) e o marido; a Sylvia (nova colega na nossa equipa – Geneva Motivation Group) e nós (LP e eu).
Antes de ir, passámos em casa do Sérgio (um amigo espetacular, filho de portugueses, a fazer mestrado no grupo do LP) pois tinhamos encomendado à mãe dele rissóis, pastéis de bacalhau, folhados de salsicha e, se possível um folar. Claro que a encomenda veio muito bem servida e ainda incluíu o típico folar e um pão-de-ló!!! Além de terem convidado para lá almoçarmos o cabrito e todas aquelas comidas a sério que só os portugueses sabem fazer. No entanto, já nos tínhamos comprometido com a Kerstin.
Para mim o choque gastronómico não foi tão grande como para o LP (que é um bom gourmet). Eu já tinha percebido que o pessoal nórdico (pelo menos, tendo como exemplo os meus colegas alemães) tem outro tipo de dieta alimentar. Por exemplo: almoçam mais cedo, comem mais verduras e vegetais, praticamente não jantam – comem uma sandes cerca das 18h.
A variedade gastronómica não era muito grande: salada de frutas; uma mistela de cereais, iogurte e frutas (típicamente suiço); um pão especial alemão; ... E claro que as iguarias da mãe do Sérgio fizeram um sucesso tremendo!
Engraçado e diferente foi a tradição de “lutar” com um ovo cozido: tem de se bater com o nosso ovo no de outra pessoa e o não se partir continua em jogo, ou seja, a tentar quebrar os outros ovos! Foi cómico, o meu ovo foi o que resistiu até ao fim (sorte de principiante), mas nem foi assim tanta sorte, pois o ovo resistente deve ser partido (a casca deve ser quebrada) na testa do seu dono! Acho que a Kerstin tirou uma foto da situação. Também gostei da “caça aos ovos de chocolate” – quem achou a maioria foi o LP (que nem é grande fã de chocolate), mas que foi apanhar ar para a varanda, onde estavam escondidos a maior parte dos ovinhos. O acaso tem destas coisas!
Pronto, mais uma vez deu para perceber porque é que as minhas colegas são magras: além de serem vegetarianas, comem pouco (e geralmente só saladas e vegetais). Ah! E um “small walk” é quase duas horas a andar, sem ser devagar e sem apreciar grandemente a paisagem, pois está-se sempre a andar em frente! Não sei se terá algo a ver com a massa corporal, mas as duas (Kerstin e Sylvia), além de serem vegetarianas e alemãs, têm o cabelo em tons de ruivo avermelhado...
Foi uma tarde diferente e bem passada.
Para terminar o dia, no fim de tarde, fomos ter novamente com o Sérgio. Fomos comer um gelado, à beira do lago e depois, como o Sérgio não sabia o que era uma “francesinha”*, fomos jantar a um restaurante português – “Capa Negra” (http://www.restaurants-geneve.ch/capa-negra/capa-negra.htm), na Rue de Carouge – onde o LP tinha visto na net que faziam comida típica portuguesa (como a francesinha, o bitoque, o prego, a febra, ...). O nome do restaurante fez-me lembrar o “Capas Negras” – um restaurante próximo da FPCEUL (Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa), que me traz recordações de bons momentos de convívio com amigos e colegas. A decoração do restaurante em si, fez-me lembrar a decoração de um snack-bar em que estive,
* E como pode haver mais gente que não saiba:
http://www.reniza.com/receitas/salgados/frncesprt.htm
http://www.gastronomias.com/receitas/rec1279.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Francesinha
http://pt.wikipedia.org/wiki/Francesinha
Locarno fica a cerca de 5h de Genève. Claro que para nós – intrépidos exploradores – a viagem demorou entre 6h a 7h. Pois é, há que parar para ver as paisagens e para tirar fotografias “jolies” para mais tarde recordar!
Para ser mais rápido tem de se ir por Itália – coitados dos suiços-italianos, são mesmo ostracizados: até para estarem em contacto com outros cantões do seu próprio país, têm de passar fronteiras e entrar noutro território! Na realidade, dá para ir sempre pela Suiça, mas demora-se mais tempo porque tem de se atravessar montanhas. Talvez o passeio pelo caminho à partida mais longo fosse mais interessante, mas como tinha nevado bem no fim-de-semana anterior havia algumas estradas cortadas (e nós não sabíamos quais). Ora, era muito chato ir andando montanha acima, montanha abaixo e chegar a um beco sem saída! Por isso optamos pelo caminho mais “seguro” (somos “intrépidos”, mas nem tanto!).
Aqui ficam algumas impressões gerais:
Nota-se diferença, maior influência latina, mas continua a haver organização.
Mais malta na rua, em grupos grandes, à noite; mais bares.
Cores diferentes na viagem: verde a renascer, reminiscências de dourado e de branco da neve.
A primeira vez que o francês se salientou como algo de útil – falavam essencialmente italiano (pois Ticini é um cantão italiano – um dos poucos) e alemão, mas também um pouco de francês, inglês é que era mesmo raro.
Ir à descoberta – só ao fim de 15 telefonemas é que conseguimos um sitio para ficar (bem simpático – “Stella d’Itália”). Através do nome do hotel fez-se luz: o nome próprio “Stela”, significa “estrela”!
Piazza Grande semelhante à praça de Guimarães.
Ruelas semelhantes às de Évora.
Sol e luminosidade semelhantes aos de Portugal.
Castelo mais deteriorado que os das zonas/cantões alemães e franceses – mais semelhante ao que acontece em Portugal.
Mercado ao Sábado na rua, como em Genève.
Comida bem mais barata – almoçámos num restaurante por 33chf*! Almoço: uma pizza e uma gasosa, cordon bleu com tagliatelle e cerveja e um café. As bebidas não foram muitas nem houve sobremesa, mas em Genève seria cerca de 60chf ou mais, pela mesma coisa! Ok – este restaurante foi excepção, pois escolhemos as “ofertas especiais”, que eram pratos e pizzas a um preço bem convidativo. Mas, no geral, a alimentação é um bocado mais barata.
Mas os gelados são mesmo mais baratos e melhores – é só comparar:
em Locarno: 1 bola = 3chf, 2 bolas = 4,50chf, 3 bolas = 5,50 chf;
em Genève, no aeroporto: 1 bola = 3chf, 2 bolas = 5chf;
em Genève, junto ao lago, numas “barraquinhas” com esplanada: 1 bola = 3,50chf, 2 bolas = 7chf!
Nota: em Genève a comparação é feita com gelados da mesma marca, que embora bons, não são tão bons como os que comi em Locarno.
*Taxa de conversão: 1 chf ≈ 0,64 €
Por aqui (Genève) foi feriado 6ª e 2ª feira de Páscoa. A Kerstin disse-me que para os protestantes a Páscoa é a festa religiosa mais importante e que na Alemanha de 5ª para 6ª feira Santa é proibido fazer barulho e os bares e discotecas estão fechados.
Aproveitámos para alugar um carro e ir dar uma volta maior. O destino escolhido (na própria manhã da partida) foi Locarno e Lugano, no cantão italiano de Ticino – ver post dedicado ao tema e local. Como o tempo no Sábado não esteve bom em Locarno, decidimos não ir para Lugano e aproveitar melhor Locarno. Domingo tínhamos já combinado o almoço em casa da Kerstin. 2ª feira logo se veria – talvez fossemos até Lavey-les-Bains (http://www.lavey-les-bains.ch/index_fr.htm), um spa a cerca de uma hora e meia de Genève que custa 19chf (cerca de 15€). E foi mesmo este o destino escolhido para 2ª feira.
O que é curioso é que tendo um fim-de-semana tão prolongado, fecharam as lojas mais cedo, na 5ª feira! E 5ª feira é o dia por norma de fecharem mais tarde. Bem, estou a queixar-me, mas na parte alemã, pelo menos aos Sábados, as lojas fecham às 16h ou 16:30 (e não às 18h como acontece na parte francesa). Sim, acho que é isto que continua a custar mais na adaptação – a hora de fecho das lojas/supermercados/centros comerciais (que nos dias de semana é às 19h, excepto às 5ª feiras, que é às 21h).
No Inverno: branco, da neve; árvores despidas e mascaradas com neve.
Na Primavera: verde, mas também rosa, amarelo e ainda algum branco (o que resta da neve e as flores de cerejeira); árvores começam a reviestir-se de verde e de flores coloridas.
No Verão: verde, amarelo, rosa, azul – mas nada de areia, nem de branco da espuma do mar, que não existe :(; árvores começam a dar frutos, alguns mais coloridos que outros.
No Outono: castanho, dourado e laranja; árvores começam a ficar despidas de folhas.
* Gostava de encontrar um dos relógios das estações que fazia, quando era mais nova... Se encontrar tiro-lhe uma foto, para ilustrar melhor o que descrevi.
Em final do ano passado, em Outubro ou Novembro, apareceram-me dois cabelinhos brancos! Segundo o Ruben (amigo muito sábio), eles tinham nome... A verdade é que já não os encontro e, como tal, deduzo que, entretanto, já caíram – dei por isso por volta da altura em que já comecei a pensar em Francês.
Mas parece que apareceu outro entretanto (ou será um dos antigos?!).
Pronto sei que a minha vida capilar não é assim tão interessante, mas apeteceu-me escrever sobre isto. A falta de melanina no meu cabelo, que tema estranho!
Aconteceu há cerca de três semanas o inevitável. Comecei a pensar em Francês! A sério, não era em Português, nem Inglês, mas em Francês!
Sei que vem um pouco antes do tempo, mas como me vou ausentar por alguns dias, não vou poder publicar o post no dia correcto. Por isso, aqui fica já o que tinha redigido em documento Word, para depois aperfeiçoar ou acrescentar qualquer coisa...
A propósito do Dia da Mãe
Quando uma criança nasce na Suiça e a mãe declara viver cá e os pais não são casados (entre si), a mãe tem todos os direitos sobre a criança, o pai só tem os deveres! A mãe pode decidir que o pai não vê mais a criança, mas ele tem de continuar a pagar-lhe as coisas. Ah! O último nome da criança é o apelido da mãe (neste ponto concordo, a não ser que tenha havido troca de bebés, a mãe está mais apta a ter a certeza que aquele é mesmo seu filho/filha, o que um pai já não pode dizer com tanta certeza).
Acho que colocar todo o poder num dos lados da balança tem os seus inconvenientes, até porque se devia fazer o melhor para a criança – o que nem sempre todos os progenitores conseguem pensar e fazer…
Acho que só hoje notei que não existem animais abandonados, pela rua... Tirando os pombos, corvos e pardalitos, não se vêem nem cães nem gatos vadios... Foi preciso ir a andar e parecer-me ver um ser mais pequeno ao meu lado - pensei imediatamente num gato cinzento, daqueles com listras cinzentas e pretas; mas não era, era apenas uma pocinha de água, cujo reflexo de algo me fez lembrar um gato. Não sei bem como, mas talvez por não ver um gato há muito tempo, esta foi a melhor forma de me fazer reparar nisso.
Assim que vi este link confesso que fiquei com os nervos em franja! Mas antes de começar a injuriar o autor de tamanha incorrecção (spainforvisitors... – Learn about PORTUGAL ... !!!) resolvi ir dar uma vista de olhos... Pronto, menos mal: “Spain and Portugal for Visitors”... Afinal não é assim tão burgesso. E até acho que nem é mesmo espanhol (“John Gordon Ross is a Spanish-English translator and webmaster, based in Madrid, Spain.”) – o que deveria exigir um maior cuidado nas suas afirmações.
Resumindo, concluindo e baralhando (como a
- É o pequeno espanhol que vive dentro de cada um de nós!
Ainda ontem gozava com uma notícia de primeira página de um jornal: andavam dois “fugitivos” a monte! Podia ser coisa mais séria, se não fossem dois… racoons!!! Bem, mas quanto a isto voltarei mais tarde. Lembro-me que ainda ontem (ou hoje de manhã) também brincava com a Suiça ser pacífica, de tal modo que as notícias de capa eram de animais fugitivos ou celebridades… Pois hoje [2 de Maio], ao final do dia, soube que as manchetes de jornal eram dominadas por um brutal homicídio: o marido de uma ex-estrela do ski (que ganhou medalhas de ouro olímpicas) assassinou-a. Como se não bastasse, assassinou também o irmão dela e deixou a mãe dela em coma, além de que parece que a ex-campeã olímpica estava grávida de 3 meses; mas a “cereja em cima” do bolo é que o filho mais novo do casal assistiu a esta “dinâmica familiar” do cimo das escadas! Actualmente, o assassino encontra-se fugido, a monte, e é considerado perigoso. Em termos noticiosos tenho a destacar que gostei de ouvir o psiquiatra e terapeuta familiar a responder às questões da jornalista, no Telejornal: não estava ali pelo protagonismo, recusou-se a fazer o perfil de uma pessoa só com base nas notícias que surgiram e não comentou também o motivo do criminoso; enfim, mostrou que os Psis* não têm uma bola-de-cristal e que lidam com factos – que quando desconhecidos não permitem conclusões (apenas conjecturas), nem generalizações, nem perfis, nem “etiquetas”. Uma cientista em Criminologia também não esteve mal (embora fosse mais “fraquinha” – não tinha tanta presença/segurança/à-vontade).
Infelizmente, seja qual for a parte do Mundo, desde que seja contaminada pela presença de humanos, as fatalidades acontecem.
*Nome pelo que são conhecidas as pessoas ligadas à Saúde Mental, como os psicólogos, psiquiatras, psicoterapeutas, psicanalistas, ... Já tinha ouvido a expressão em Portugal, mas por aqui acho que é mais usado e difundido e há mesmo uma banda desenhada sobre o tema (“Les Psy”).