Thursday, February 23, 2006

Bonjour Mesdames et Messieurs


Foi assim que começou a operção-relâmpago dos três revisores (vulgo, “picas”) no tram (eléctrico) 17 desta manhã. Entraram rapidamente e espalharam-se ainda mais rapidamente pelas carruagens do metro, advertindo: “Bonjour Mesdames et Messieurs. Votre billet de transporte s’il vous plaît.” A verdade é que entraram a matar, mas sempre com um sorriso e boa disposição. A fiscalização durou o tempo entre uma paragem e outra (cerca de 2 min.). E pronto, desde que se tenha tudo em ordem, por aqui, as coisas correm bem, e ainda recebemos logo pela manhã um sorriso e vemos boa-disposição em quem já começou o seu dia de trabalho!

“Este país não existe!”


Pois, às vezes parece que não... E não me refiro a (apenas) que a Suiça como país único muitas vezes é dificil de conceptualizar (23 cantões, 4 línguas, cada cantão com possibilidade de ter as suas próprias leis, diferentes religiões, diferentes dias de feriado, etc.)! A minha irmã (que me veio fazer uma visita ) dizia ontem, após os primeiros minutos de contacto com a realidade de Genève e depois de ter visto bicicletas, à noite, na rua: “Mas deixam as bicicletas na rua?! E não estão presas?! E ninguém rouba?! Este país não existe!...”

Acerca do dia 14 Fevereiro, São Valentim


Sim, eu sei que já foi há mais de uma semana, mas estes dias que foram transformados pelo merchandising e pelos interesses económicos, também podem ser como o Natal: quando a Mulher e o Homem (que é para ser politicamente correcta e até há cursos que ensinam estas coisas) quiserem! É que no fundo, tirando todo (bem, pelo menos a maior parte) o aspecto consumista, a ideia até é bonita: namorar muito, apaixonar-se muito e amar verdadeiramente! Todos os dias, não apenas um por ano ;)

Saturday, February 11, 2006

Curiosidades de e em Genève...

Já vi mais corvos em Genève – pelo menos, meia dúzia, no local por onde passo para vir para a Faculdade – do que acho que já vi em Lisboa. O que é curioso, visto que os corvos estão representados na insignia da bandeira de Lisboa... Mas também ainda não vi ursos que representam Genève (ou eram águias?!)

Ainda não ouvi um cão ladrar (de 24.Nov.2005 até 26.Jan.2006) e já me cruzei com vários.

Cães que despejam a bexiga na estrada, sem ser junto a uma árvore ou carro.

Cavalheiros em maior número (seguram a porta, deixam-me passar primeiro, ...)

Mais bebés a passear na rua, mesmo com o griol (grizo + briol) que faz. Talvez porque puder levar-se carrinhos de bebé nos autocarros, facilite o seu transporte e mobilidade.

Quando neva faz menos frio.

O suiço francês tem palavras francesas específicas (e.g., Natel = telemóvel; repas de midi = almoço/déjeuner), embora não seja tao diferente do francês como o suiço alemão é do alemão.

Duas amigas = duas malas iguais (mesmo modelo, por vezes mesma cor e tamanho, embora estes dois últimos possam reflectir alguma preferência individual...). Mas acho que isto também acontece nas outras partes do Mundo.

Acho que já vi mais pessoas a falar sozinhas (penso que com esquizofrenia ou bêbadas), neste 2 meses (nem chega a isso 24/Nov/2005 a 27/Jan/2006, com 2 semanas em Portugal) aqui, do que nos últimos anos em Lisboa!

Pessoas metem-se mais (tanto senhoras como senhores): comentam, sorriem, desejam “bom apetite” se vamos a comer uma sandes pelo caminho, ...

Simetria do WC: até a casa-de-banho da Faculdade tem os azulejos bem cortadinhos, siméetricos, acabam na perfeição, juntam-se, encaixam a bater certo. O que é mais cómico é que deve ter sido um português a fazê-lo quando em pOrtugal não o fazem!

Mais gente mais velha na Universidade. Parece que as pessoas experimentam uma profissão que quando vêm para a Faculdade, vêm porque querem e não porque está na moda, porque é bom ter um canudo, porque a família quer, ... Parece uma decisão mais ponderada (pelo menos, para alguns, que são mais velhos).

Visão bonita! Hoje (02 Fev 2006) vi um homem com duas crianças pequenas, no autocarro, uma estava no carrinho e a outra ele pegou ao colo. Devia ser o pai, mas também há a hipótese de ser o babysitter (por aqui, vai estreae um filme “Jeune homme”, acerca de um rapaz que é au-pair). O mais saliente foi mesmo o carinho pelas crianças J.

06/Fev/2006: O meu colega Ralph continua a elucidar-nos sobre a História da Suiça, à hora de almoço:

A Suiça nem sempre foi rica – emigração nas zonas rurais que eram bastante pobres.
Não é por acaso que a guarda pessoal do Papa são guardas suiços – as famílias pobres e numerosas enviavam os seus filhos para servir como militares, noutros países. Napoleão teve uma companhia só de militares suiços. Tinham (têm) boa fama, de disciplinados.
Grande valor pelo serviço militar.
Genève só se juntou à Suiça, em 18...., séc. XIX – daí ouvir-se os suiços dizerem que “Genève não é Suiça”.
Zürich agregou-se cerca de 500 anos antes.
Há cantões só com cerca de 10 mil habitantes – mas por razões históricas parece ser dificil extinguir estes minusculos cantões.
As comunas funcionam bem e há muuuuiiiito tempo.
O cantão de Vaud tem uma propaganda especial para atrair ricaços: por maior que seja a fortuna só pagam um X de imposto, e não mais que isso, invertendo a ideia de que quem tem mais deve pagar mais de imposto.
Genève tem impostos bem mais elevados que Zürich.
A Suiça como local turistico só foi descoberta no séc. XIX pelos ingleses.
Revolução industrial: fábricas de químicos/farmaceuticas (como a Röche); de alimentos (Néstle, cujo fundador que lhe deu o nome era alemão); metalurgias (ABB, que era sueca, e BBC; armamento; relógios; instrumentos de precisão, para uso da Física; ...
07/Fev/2006: O meu colega Nicolas explicou-me que a otite se deve aos líquidos do nariz que vão parar ao ouvido, devido a um canal que liga estes dois orgãos (trompa de Eustáquio???). Também me elucidou acerca de outra dúvida existencial, a qual ainda não me tinha passado pela cabeça: como é que os bebés se assoam? Pois, isto da tecnologia é maravilhoso, e o mundo dos bebés – sobretudo o comércio que prolifera à volta destes – também! Existem ums espécie de bombas que sugam/puxam o ranho (a “nhanha”) do nariz, deixando-o assim mais desobstruído e descongestionado, evitando “fugas” para os ouvidos e ceonsequentes otites!