Gente estúpida*
Livra! Que a gente estúpida prolífera que nem cogumenlos numa floresta húmida! Melhor, que nem em qualquer local húmido, porque já não há assim tantas florestas... (e ainda está para vir mais uma época de incêndios, ah, não, afinal é época de Verão!)
E depois fazem questão de se concentrar no sector de atendimento ao público, que é para provocar maiores danos!
Pronto, quando escrevi as primeiras linhas estava um bocado enervada... Mas agora que já passaram alguns dias (12), já dá para olhar para a situação de uma maneira mais fria e distante e verificar que... continuo a ter razão!
Por aqui nem me tem acontecido muito ter estes “encontros imediatos de 3º grau” (literalmente, porque é no 3º piso que ficam os serviços de Secretariado do Departamento de Psicologia) – bem pelo contrário, a maior parte das pessoas mostra-se prestável e eficiente. Em Genève acho que são “aves raras”, mas de vez em quando lá tem de ser: esbarra-se com uma! Na minha Faculdade a Secretária que trata de assuntos relativos ao Departamento só faz confusões e utiliza critérios e exigências diferentes conforme lhe apetece (sim, eu sei que é o pão-nosso-de-cada-dia em Portugal, mas uma pessoa começa a afastar-se desse pessoal nefasto e depois, quando volta a esbarrar com ele, volta-se a irritar). A situação foi: eu queria uma chave da Faculdade (para poder entrar a qualquer hora e em qualquer dia); tenho direito a isso por ser Assistente e desde que pague a caução de 100 chf (cerca de 70€). Simples, não? Pois, deveria ser, mas a senhora resolveu que desta vez me ia pedir um papel – papel esse que nunca foi pedido a nenhum dos meus colegas, e no qual o meu prof. deveria escrever que eu estava autorizada e que havia necessida (bem, uma treta qualquer). Felizmente, o meu prof. é porreiro e embora tivesse achado estranho o requisito fez o papel num ápice. Quando lhe levei o documento, a senhora fez um ar de quem não fazia ideia do que aquilo era... Aí ataquei logo: “Como me tinha dito, aqui está o papel que o prof. fez expressamente para este propósito.”. Passei à fase 2 – diz-me ela: “Agora é só ir pagar aos Correios** a caução com o papel que eu já lhe dei.” A minha cara de estupefacção acompanhada por: “O papel? Mas qual papel?!” (e assim se prova a universalidade da comédia e da incompetência!). Continua ela “Estou convencida que já lhe tinha dado o papel que é para ser carimbado nos Correios para certificar o pagamento.” Depois de insistir que não e que se já tivesse esse papel tinha logo trazido os dois juntos, lá me dá o tal papelinho. E, pronto lá vou noutro dia aos Correios e (finalmente!) entrego tudo junto e agrafado (pois se lá tivesse deixado o documento do meu prof. corria o risco de ela o perder) e, voilà, recebo a chave-maravilha!
A verdade é que a incompetência existe em todo o lado e que a Suiça também é um país muito burocrático; mas ao menos na Suiça, como me disse a Secretária da Presidência do Departamento de Psicologia***: “Na Suiça, pode demorar e haver muita burocracia, mas desde que não digam que não, está tudo ok.”
*[Depois de escrever o título lembrei-me de umas cassete video de “apanhados” que se chamava “Gente Gira”... Ora isto até é irónico, porque por vezes é tamanha a estupidez que passado um tempo uma pessoa até se ri das situações – e sempre é mais saudável que chorar.]
** Por aqui faz-se praticamente tudo nos Correios; não utilizam praticamente o Multibanco (aí os portugueses estão muito mais à frente). O atendimento é super-rápido e na maior parte das vezes eficiente. Claro que toda a regra tem excepção, e esta semana, num dos postos de Correio, apanhei uma rapariga um bocado limitada cognitivamente – o que quando se quer ter informações acaba por ser um bocado frustrante.
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