Semelhanças e saudades
Ando com saudades dos meus primos. Ontem o rapaz que me explicou como me inscrever na Associação de Estudantes e me ofereceu uma agenda fez-me lembrar o David. Acho que foi o olhar terno, profundo e, simultaneamente, tímido. A estatura, olhos claros e tipo de cabelos também correspondiam. O amigo americano da Maria fez-me lembrar o Duarte. Deve ter sido também pela aparência física (estatura, cabelos mais compridos encaracolados, olhos claros) e pela postura reservada, enigmática, e olhar perscrutador, perspicaz, tenaz, convicto. Ainda não vi quem me fizesse lembrar o André – talvez por me cruzar menos com pessoas da faixa etária dele.
Acho que as pessoas com quem me cruzo são um bom indicador das saudades que vão atacando… Por exemplo, lembro-me várias vezes do Daniel (quando num dia parece que me farto de cruzar com rapazes altos, de olhar meigo, tímidos), lembro-me também do Zé (quando me cruzo com uma cabeleira masculina encaracolada, com aqueles caracóis tão típicos dele), da Marta T. (raparigas de cabelo curto, irreverente, forma de falar, tipo de roupa, forma de estar); Marta Di. (alguém com quem me cruzo e que me parece ela, alguém cuja forma de vestir – cores – me faz relembrar a Martita); quanto ao Dinis, foi numa série de tv uma personagem cuja expressão espelhava a do Dinis. Enfim, estes são apenas alguns exemplos… Acho que relativamente a pessoas com quem vou comunicando mais (família e alguns amigos) não é tão frequente acontecer, ou não tão persistente. É que há dias mesmo engraçados em que é praticamente um dia dedicado a uma pessoa, ou seja, em que há várias pessoas e/ou situações que me fazem ter mais presente alguém que na realidade está fisicamente ausente (mas de quem sinto falta).
Acho curioso, as estratégias que vão surgindo para colmatar as saudades.
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