Longe da vista, mas perto do coração
Lembro-me de ter uma conversa com um amigo, há cerca de um ano, em que defendíamos posições opostas quanto à temática de “relações à distância”. Ele defendia que uma relação à distância não sobreviva, eu acreditava que existem vários tipos de distância e que se for só distância física que exista, embora seja bem difícil de gerir pode ser ultrapassada… Ainda hoje não sei se ele acreditava mesmo nisso, ou se me estava só a “picar”…
É curioso a quantidade de pessoas que vivem relações à distância (física) – é mais fácil apercebermo-nos disso quando vivemos essa situação ou temos pessoas próximas a viver essa realidade. Aqui, em Genève, tomei conhecimento de diversos casais nessa situação.
O LP (antes de eu vir, e consequentemente, eu própria); o Nuno antes de ter regressado recentemente para Lisboa. A Kerstin, a Sylvia e a Tatjana que têm os respectivos namorados na Alemanha. O Etienne tem a namorada em Londres e o Sebatian tem a sua em Bruxelas. A Tanja B. é casada com um sueco, que está habitualmente na Suécia a trabalhar enquanto ela está em Genève (nestes últimos meses ele tem estado em Genève, em licença de paternidade). Ah! E a Maria (na Inglaterra) que tem o namorado no outro lado do Mundo (em Singapura)!
Se vai durar/resistir ou não, nunca se sabe de antemão e há certos riscos que acho que valem a pena ser corridos, sobretudo quando não há (praticamente) nada a perder e tudo a manter se se arriscar. Como vi uma vez na série de TV Ally McBeal: “O amor é o único jogo que perdemos por não jogarmos.”*
* Uma frase semelhante é atribuída a Erma Freesman: "O amor é o único jogo no qual dois podem jogar e ambos ganharem.", em http://www.conselhonet.com.br/frases.htm
P.S.: Reparei agora que me centrei nas relações amorosas-românticas, mas a verdade é que a distância põe à prova todas as relações, incluindo as de amizade; mas também as relações de amizade e familiares se revestem de amor (ou pelo menos deviam). Quando se ama verdadeira e incondicionalmente a(s) pessoa(s) permanece(m) junto a nós, pelo menos, em memória – e fisicamente sempre que possível numa das curtas passagens e encontros no mesmo tempo físico e espacial. Acredito que a distância física possa contribuir para uma mudança na qualidade e na intensidade da relação, mas duvido que a consiga enfraquecer de modo a esta ser apagada ou esquecida. Bem, um assunto delicado e complicado e que penso depender, sobretudo, do envolvimento e esforço de ambas as partes envolvidas.
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