País em constante remodelação
No final de Fevereiro reparei que tinham posto umas madeiras novas em volta de umas árvores em Planpalais, ou seja, tinham substituído as antigas. A moldura em volta das árvores serve de banco e fica engraçado.
Em final de Fevereiro também, numa viagem até Luzern, passámos por um lago cuja grande parte da água tinha sido escoada. Motivo aparente: estavam a fazer obras na estrada próxima.
Parece que por aqui o lema é: “mais vale prevenir que remediar” e então é frequente assistir-se a grandes obras. Obras monumentais mesmo, de reconstrução, reabilitação ou de melhoramento.
A começar em 2007 vão ser as obras para a estação de caminhos-de-ferro – eles consideram que a Gare de Cornavin não é nem bonita nem muito prática, como tal vão refazer tudo. E já agora aproveitam e vão ligá-la à Gare de Eaux-Vives (outra gare que existe em Genève). E viva a megalomania!
Estão também a fazer obras para extender o eléctrico até ao CERN (Centre Européenne de Physique Nuclear), na Rive Droite (margem direita do rio/lago) e o trànsito à entrada/saída de Genève começou a ficar caótico. As obras ainda vão demorar cerca de três anos, porque o pessoal embora seja eficaz, é lento – mas realmente “depressa e bem não há quem”.
A verdade é que deste modo mantêm a economia a funcionar: criam mais postos de emprego constantemente e em diversas áreas, incluindo na investigação e desenvolvimento de tecnologia. É verdade que também para isto é preciso ter dinheiro, para pôr tudo a mexer e que no fim dinheiro atrais mais dinheiro. Felizmente é a política inversa à de Portugal que quando tem dinheiro (dos diversos fundos europeus) o que quer é que ele fique paradinho e não se investe, porque para investir também o Estado tinha que pôr algum e como o retorno não é a curto prazo, mas sim a médio ou longo prazo, então não se faz nada e consequentemente a produtividade vai-se extinguindo (para regozijo de outros países membros da União Europeia). Nada atrai nada... A lei da inércia* explica.
*Segundo a edição de 1726:
Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus illud a viribus impressis cogitur statum suum mutare.
Todo o corpo permanece no seu estado de repouso, ou de movimento uniforme rectilíneo, a não ser que seja compelido a mudar esse estado devido à acção de forças aplicadas.
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