Tuesday, April 18, 2006

País em constante remodelação


No final de Fevereiro reparei que tinham posto umas madeiras novas em volta de umas árvores em Planpalais, ou seja, tinham substituído as antigas. A moldura em volta das árvores serve de banco e fica engraçado.

Em final de Fevereiro também, numa viagem até Luzern, passámos por um lago cuja grande parte da água tinha sido escoada. Motivo aparente: estavam a fazer obras na estrada próxima.

Parece que por aqui o lema é: “mais vale prevenir que remediar” e então é frequente assistir-se a grandes obras. Obras monumentais mesmo, de reconstrução, reabilitação ou de melhoramento.

A começar em 2007 vão ser as obras para a estação de caminhos-de-ferro – eles consideram que a Gare de Cornavin não é nem bonita nem muito prática, como tal vão refazer tudo. E já agora aproveitam e vão ligá-la à Gare de Eaux-Vives (outra gare que existe em Genève). E viva a megalomania!

Estão também a fazer obras para extender o eléctrico até ao CERN (Centre Européenne de Physique Nuclear), na Rive Droite (margem direita do rio/lago) e o trànsito à entrada/saída de Genève começou a ficar caótico. As obras ainda vão demorar cerca de três anos, porque o pessoal embora seja eficaz, é lento – mas realmente “depressa e bem não há quem”.

A verdade é que deste modo mantêm a economia a funcionar: criam mais postos de emprego constantemente e em diversas áreas, incluindo na investigação e desenvolvimento de tecnologia. É verdade que também para isto é preciso ter dinheiro, para pôr tudo a mexer e que no fim dinheiro atrais mais dinheiro. Felizmente é a política inversa à de Portugal que quando tem dinheiro (dos diversos fundos europeus) o que quer é que ele fique paradinho e não se investe, porque para investir também o Estado tinha que pôr algum e como o retorno não é a curto prazo, mas sim a médio ou longo prazo, então não se faz nada e consequentemente a produtividade vai-se extinguindo (para regozijo de outros países membros da União Europeia). Nada atrai nada... A lei da inércia* explica.


*Segundo a edição de 1726:
Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus illud a viribus impressis cogitur statum suum mutare.

Todo o corpo permanece no seu estado de repouso, ou de movimento uniforme rectilíneo, a não ser que seja compelido a mudar esse estado devido à acção de forças aplicadas.

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