Qualquer semelhança com realidade será pura coincidência?! [10/Mar/2006]
Curioso, nos primeiros tempos que cá estive, houve muita gente que me pareceu familiar... As pessoas que conhecia iam-me lembrando alguém que já conhecia também... Não é que fossem “parecidos”, mas havia algo que me fazia lembrar alguém de quem gostava/gosto, pessoas de referência e importantes ao longo da minha vida... Amigos, com “A” grande!
Actualmente, é menos frequente isso acontecer. Bem, na realidade, não tem sido menos frequente, tem é acontecido com estranhos e não com pessoas que me sao apresentadas através de outras já minhas amigas. É engraçado, pois actualmente, o grupo inicial de pessoas que conheci (através de quem já cá estava), tem uma identidade própria – isto é, actualmente, já não me fazem lembrar esta ou aquela pessoa, pois eles (e elas) ganharam identidade própria!
Lembrei-me do livro “A Profecia Celestina” que refere que quando nos cruzamos com alguém que nos faz lembrar outra pessoa que conhecemos, o melhor é ir falar com ela, pois o mais certo é ter alguma informação útil para nos dar (mesmo que na altura, não nos faça completamente sentido, mais tarde ou mais cedo, a pista/peça dada encontrará o seu lugar no complexo puzzle que é a vida). Não sei se será esta teoria a seguir ou não, é apenas uma entre muitas... A verdade é que, sobretudo no início, é bom ter pontos de referência, mesmo que esses pontos de referência estejam alojados na memória (e não é lá que estão a maior parte deles?!). É bom, dá uma sensação maior de segurança. Há algo que nos liga ao que tínhamos como certo, do local de onde viémos, e isso ajuda a fazer a transição para o local onde estamos e para onde vamos.
Em termos mais técnicos e “frios”, pode ser apenas uma estratégia de coping (isto é, estratégias para lidar com situações adversas). Pode ser que ao irmos para um local novo, procuremos nele referências do local de onde viémos, de forma a não sentir tudo como tão novo e diferente, de forma a que a transição/a passagem/a mudança, seja mais suave e menos dolorosa (sim, porque a mudança não é necessariamente má – geralmente, até é boa – mas, que lá provoca resistência, constrangimentos, dor e mobilização de esforço e de recursos, provoca!).
No fundo permanece a questão: “Qualquer semelhança com realidade (outrora conhecida) será pura coincidência?!”. Mas será que vale a pena responder? (“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”... Mas como “tudo”, é uma palavra demasiado lata e abrangente,) neste caso talvez o melhor seja mesmo aproveitar quando realidade, recordação, imaginação e inexplicável se misturam e confundem...
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