Tuesday, January 23, 2007

A maravilha de ser Psicóloga

Isto de ser psicóloga é do melhor. Também se é educadora, monitora, motorista, assistente social, tem de se perceber de computadores, programação, electrónica. Ir às compras de material (e já foi de vários géneros, desde comida, material de papelaria a artigos para o pc). E é mesmo muuuuuuuuuiiiiiiiiiiiiiito mais que isto! E de vez em quando até dá para ir fazendo algo em Psicologia! Mas agora não revelo mais, não vá o pessoal ficar motivado e encher ainda mais as Faculdades de Psicologia que proliferam em Portugal (e no resto do Mundo).

Não me estou a queixar, porque até gosto de não ter uma actividade monótona, isto é, de ir variando de vez em quando ou até frequentemente.

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Enfim, NEVE!

Esta semana tem estado a ser difícil... Sinto-me bastante em baixo, triste, ... e a experiência não está a correr bem. Mas há pouco, ao entrar no gabinete deparo-me com um cenário lindíssimo: a neve a cair mesmo à minha frente, através das janelas...

Enquanto falava com o Ruben (outro excelente aspecto positivo do meu dia), o LP tinha enviado uma mensagem a avisar, mas com as mudanças na configuração do laboratório ainda não tinha tido tempo para me aperceber.

E já que estou numa de aspectos positivos: o LP e o Sérgio trouxeram-me petiscos portugueses para “almoçar” (croquetes, rissóis, ...). Infelizmente, não ando nem com apetite nem com tempo para parar a apreciar o manjar que foi trazido (“largado”, será mais o termo) enquanto eu mudava estantes e computadores no laboratório.

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Ida ao Hospital ou O ataque dos tremoços assassínos

Consigo sobreviver ao ski, e no Sábado à noite cai-me um frasco de tremoços (aquilo pesa mais de 1kg) no meu pé descalço! Lá fui até ao Hospital (pois o LP praticamente obrigou-me, visto que o dedo estava do dobro do tamanho e a ficar com uma coloração diferente da habitual)... Foi a minha primeira ida a um Hospital na Suiça! Foi rápido, e o pessoal foi simpático. Depois das radiografias tiradas, o médico lá me disse que tinha um pé perfeito e que felizmente não estava partido, que era uma contusão. Demorará 10 dias a duas semanas a ficar recuperado... Não convém fazer desportos (isto não me vai custar muito, pois já não fazia antes), não devo andar muito e devo repousar (algo difícil nesta semana cheia de experiências).

Eu realmente tenho cada história mais estúpida para as minhas idas ao hospital! A primeira (e única) vez que parti a cabeça foi quando já tinha 19 anos e já andava na Faculdade. Como se isso não bastasse, foi por ter caído de um banco ao tentar matar uma melga!!! Agora quase que parto o dedo do pé quando se estava a deslocar um móvel carregado na cozinha minúscula, depois de se ter partido uma garrafa de azeite balsámico, cujo conteúdo se começou a espalhar pelo chão (da cozinha). Como o líquido começou a infiltrar-se debaixo dos móveis, era preciso movê-los de sitio para limpar bem as coisas. E foi depois de se tirar o micro-ondas, o primeiro móvel/armário e já levava o LP o segundo, e poff! Lá cai o raio do boião de tremoços em cheio no meu quarto dedo do pé! Outra incursão ao Hospital, motivada por um acidente um bocado estúpido, mas felizmente de fracas repercussões :)

após o ataque dos termoços assassínos;



e se desse para ver as “true colours” aí é que era...

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E foi aqui…

… precisamente aqui, que nós os três (Marzia, Vincenzo e eu) caímos ao sair do tele-ski (aquelas cadeiras suspensas, de onde a pessoa deve sair logo directamente para a pista de ski)! O instrutor Jimi bem que nos preparou e avisou como devíamos proceder, mas as nossas pernas não obedeceram à ideia de que deveriam pôr-se de pé e entrar logo em acção! Cada um caí para seu lado (ao menos isso, pois a ideia era estarmos afastados uns dos outros para não nos precipitarmos uns em cima dos outros). Foi super-divertido, fartei-me de rir, enquanto me arrastava para sair da rampa que as pessoas utilizam quando saem do tele-ski. O instrutor estava mais preocupado que eu, como ele tinha saído para a minha direcção, foi ver-me primeiro. Expliquei-lhe que estava ok, para ir ver os outros. Lá nos pusemos de pé e aproveitámos para tirar a foto de grupo. Passado pouco tempo, saíam do tele-ski o Seba, Karsten e Tom, que tinham estado a fazer snowboard e também se juntaram à foto.

Ski

Este ano as estâncias de ski estão a passar um mau bocado, pois praticamente não há neve.

Os meus dois dias de ski até correram bem. Caí várias vezes, mas não me magoei. Como vi num filme (Batman Begins) há pouco tempo:

“- Porque é que caímos?”

- Para aprendermos a levantarmo-nos.”

O problema é que eu ainda não aprendi a levantar-me sozinha no ski, o que me torna mais dependente.

No primeiro dia fui com o Marius e o Vincenzo para a pista das crianças (baby sloop) na vila. O Marius tinha experimentado ski no ABIM do ano anterior e foi o nosso instrutor nesse dia, ensinando-nos as coisas básicas. Fizemos grandes progressos se considerarmos que no início do dia nem nos conseguíamos aguentar bem nos skis e que à hora do almoço já descíamos a ligeira inclinação da pista e sabíamos como travar.

No segundo dia resolvemos mesmo ir até à montanha e tivemos um instrutor a sério (ou seja, pago :P). Jimi, o instrutor, é canadiano e aprendeu a fazer ski aos 3 anos! Ora isto faz uma grande diferença – o pessoal não se lembra das quedas, não racionaliza tanto (por exemplo, “Ora tenho de virar para a direita… isto significa que tenho de pôr o meu peso na perna esquerda e libertar a tensão da perna direita, e talvez ajudar com uma inclinação para a direita, para ser mais eficaz e contrabalançar a força da gravidade…”) e faz tudo mais intuitiva e naturalmente! Marzia, Vincenzo e eu (eles os dois são italianos) seguimos com o instrutor, ribanceiras abaixo. Ele foi formidável, cheio de paciência e as duas horas de instrução, foram mais três horas e meia que duas. Foi um bocado difícil, pois além de ser iniciação (e como explicava a Marzia ao Jimi: “Eu sempre vivi em Roma… O ski não me está no sangue…”) as condições das pistas não estavam muito boas. Havia partes em que se via claramente o verde em baixo, em que se sentia pedras que nos faziam cair, … Mesmo assim foi muito bom. Para o Vincenzo é que foi mais chato, pois ele aprendeu mais rápido (não tinha tanto medo e gostava de ir rápido) e ficava a maior parte das vezes à nossa espera.

Após este segundo dia estava toda dorida – doía-me o corpo todo, até partes que uma pessoa não se lembra ter... É que o ski puxa pelo cabedal, o ter o entorse do tornozelo direito ainda não resolvido e o estar tensa também não ajuda.

O tempo piorou nos dias seguintes e como me aconselhou o Etienne, resolvi não ser tão “dura” comigo própria.

Acho que quando finalmente me conseguir levantar sozinha e não tiver tanto medo, talvez aprecie ainda mais o ski. No entanto, não é algo que eu precise, pois não sou sensation-seeker, não tenho nenhuma necessidade de descarga de adrenalina, nem preciso de provar nada a ninguém – sou assumidamente medricas.



Pouca (neve, muita) terra, pouca (neve, muita) terra,...

ABIM – Alpine Brain Imaging Meeting

O ABIM realizou-se em Champéry, uma vila vocacionada para os desportos de Inverno. A conferência decorreu durante a semana passada.

Chegámos (Chiara, Jérôme e eu) Domingo à noite, conduzidos pelo tranquilo Jérôme, tendo sido mais prático ir de boleia em vez de ir de combóio. O que foi mais cómico é que eu só conheci o Jérôme no próprio dia da boleia, quando ele veio ter comigo a confirmar se era eu que também ia com ele e a Chiara (eles já se tinham conhecido durante a semana anterior).

A conferência (que era das 15:30 às 20h), no geral, foi uma seca, mesmo para quem até percebia e trabalha na área (o que não é o meu caso). As actividades extra foram bastante boas. Desde ski a noitadas de conversa e jogo (dardos, matraquilhos ou snoker/pool). Outra vantagem é Champéry ser próximo de Lavey-les-Bains (o spa!!!). Como 5ª feira de manhã a previsão era de chuva, 4ª feira à noite o Karsten, Etienne, Chiara, Seba e eu combinámos ir ao spa – o Karsten levaria o carro. Lá, encontrámo-nos com o Mathieu, Karim e Pascal e almoçámos todos juntos.

Conheci pessoas muito interessantes e simpáticas: Karsten (alemão), Thomas/Tom (inglês), Ian (canadiano – Quebéc), Roberto (italiano), Guillaume M. (canadiano), Jean-François (francês?), Pascal (suiço alemão), Verena (alemã), Tonia (alemã), Aurélie (...), Nádia (luxamburguesa, com traços marcadamente orientais), Irina (russa?), Guillaume Thierry (francês), Anthony/Tony (New Zeland), Klaus (alemão), Anne (alemã)...

Outros que conheci: Marzia, Patrick V., Sophie S., Dennis/Teddy, ...

Outras pessoas passei a conhecer melhor, conviver mais: Chiara, Etienne, Sebastian/Seba, Vincenzo, Stéphane W., Didier G., David, Karym, Mathieu, ...

E ganhei mais uma “companheirinha de quarto”: a Chiara! (Até agora era a Vanda que obtinha a exclusividade em partilha de quartos em conferências...)

O grupo formado especialmente pela Chiara, Karsten, Tom e eu deu-se muito bem e divertimo-nos muito!

A vinda ocorreu 6ª feira de manhã. Vim de boleia com o Karsten que também conduz muito bem (e concentrado), com o Seba e a Verena – todos eles alemães. Preferi vir com o Karsten pois ele ia sair cerca das 11h enquanto o Jérôme preferiu ir às 9h. Assim, aceitei a simpática oferta de boleia dele que me permitiu arrumar as coisas mais tranquilamente.

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PhD Comics

São fabulosos estes cartoons! Quando mostrei pela primeira vez ao Tobias ele não se riu, olhou para mim e disse: “Isto é tão real que não tem piada!”. Claro que agora é um fã inveterado.

A propósito do post anterior e, sobretudo, das noitadas de trabalho:

E já agora aqui fica a mensagem enviada às 3:20 (hora local, Genève):

Ola ‘migo. Nao imaginas como compreendo a tua frase no MSN...Sai da fac a pouco e so agora estou a ir para casa e ainda nao resolvi um problema com a experiência. Mas ate as 10h ainda tenho tempo! Enqto escrevia a msg o LP telefonou e um rapaz saido de 1carro convidou-me p tomar cafe em casa dele! Entretanto ja cheguei a casa! Boa noite e boa sorte! Beijinhos grandes, Joana

“Voilà un ami!” ou O meu primeiro encontro imediato de 3º grau em Genève

Começar o ano novo, com acontecimentos do ano passado não é muito original, mas demonstra alguma transietoriedade*. Por isso cá vai, no ano passado, isto é, a 4 de Dezembro 2006, após uma noitada na faculdade a acabar uma experiência que deveria começar a funcionar no dia seguinte, fui andando a pé para casa. Estava a chover e eu além do capucho tinha um chapéu na cabeça, estando com a cara virada para baixo enquanto escrevia uma mensagem ao Ruben. Já em Eaux-Vives (bairro onde moro), “salta” de um carro um rapaz novo (o carro parou na esquina para o deixar). Ele aproxima-se, salta-me à frente e diz : « Voilà, un ami ! ». A espontaneidade e frase simpática fez-me sorrir, embora ele não tenha visto pois estava bem agasalhada. Continuei a escrever a frase e ela continua: “Também estás a escrever uma mensagem para o meu ex?”, Eu mal dava resposta, isto é, cingiam-se a respostas o mais monossílábicas possíveis. Mas ele não desistiu e lá continuou a conversar sobre como Eaux-Vives é um bairro agradável; convidou-me para ir beber café a casa dele, ou chá, e acrescentou que não esperava mais nada. Eu continuava concentrada na minha mensagem e em controlar o riso pela forma engraçada (talvez embriagadamente engraçada) como ele ia saltando de assunto e mantendo conversa (praticamente um monólogo). Ele acabou por seguir o caminho dele, virando numa esquina ento eu seguia em frente. Foi uma surpresa cómica...

*E como dizia o meu tio: “Mas início de que ano? Há tantos: o chinês, o hebraico, ...”