Ski
Este ano as estâncias de ski estão a passar um mau bocado, pois praticamente não há neve.
Os meus dois dias de ski até correram bem. Caí várias vezes, mas não me magoei. Como vi num filme (Batman Begins) há pouco tempo:
“- Porque é que caímos?”
- Para aprendermos a levantarmo-nos.”
O problema é que eu ainda não aprendi a levantar-me sozinha no ski, o que me torna mais dependente.
No primeiro dia fui com o Marius e o Vincenzo para a pista das crianças (baby sloop) na vila. O Marius tinha experimentado ski no ABIM do ano anterior e foi o nosso instrutor nesse dia, ensinando-nos as coisas básicas. Fizemos grandes progressos se considerarmos que no início do dia nem nos conseguíamos aguentar bem nos skis e que à hora do almoço já descíamos a ligeira inclinação da pista e sabíamos como travar.
No segundo dia resolvemos mesmo ir até à montanha e tivemos um instrutor a sério (ou seja, pago :P). Jimi, o instrutor, é canadiano e aprendeu a fazer ski aos 3 anos! Ora isto faz uma grande diferença – o pessoal não se lembra das quedas, não racionaliza tanto (por exemplo, “Ora tenho de virar para a direita… isto significa que tenho de pôr o meu peso na perna esquerda e libertar a tensão da perna direita, e talvez ajudar com uma inclinação para a direita, para ser mais eficaz e contrabalançar a força da gravidade…”) e faz tudo mais intuitiva e naturalmente! Marzia, Vincenzo e eu (eles os dois são italianos) seguimos com o instrutor, ribanceiras abaixo. Ele foi formidável, cheio de paciência e as duas horas de instrução, foram mais três horas e meia que duas. Foi um bocado difícil, pois além de ser iniciação (e como explicava a Marzia ao Jimi: “Eu sempre vivi em Roma… O ski não me está no sangue…”) as condições das pistas não estavam muito boas. Havia partes em que se via claramente o verde em baixo, em que se sentia pedras que nos faziam cair, … Mesmo assim foi muito bom. Para o Vincenzo é que foi mais chato, pois ele aprendeu mais rápido (não tinha tanto medo e gostava de ir rápido) e ficava a maior parte das vezes à nossa espera.
Após este segundo dia estava toda dorida – doía-me o corpo todo, até partes que uma pessoa não se lembra ter... É que o ski puxa pelo cabedal, o ter o entorse do tornozelo direito ainda não resolvido e o estar tensa também não ajuda.
O tempo piorou nos dias seguintes e como me aconselhou o Etienne, resolvi não ser tão “dura” comigo própria.
Acho que quando finalmente me conseguir levantar sozinha e não tiver tanto medo, talvez aprecie ainda mais o ski. No entanto, não é algo que eu precise, pois não sou sensation-seeker, não tenho nenhuma necessidade de descarga de adrenalina, nem preciso de provar nada a ninguém – sou assumidamente medricas.
Pouca (neve, muita) terra, pouca (neve, muita) terra,...
1 Comments:
You write very well.
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